Os estudantes Rafaela Correia de Jesus, 16 anos, e Matheus Figueiredo, 15, já sabem como fazer para acabar com o Aedes aegypti e são multiplicadores da informação na guerra contra o mosquito. Eles e os demais alunos da escola estadual Leovegildo de Mello, em Cuiabá, se uniram esta semana para realizar um mutirão de limpeza na unidade escolar, com o apoio de pais e professores. “Foi um bom trabalho, que envolveu toda a comunidade. O mosquito mata, então não pode nascer, e a responsabilidade tem de ser de todos”, alertou Rafaela.
Para Matheus, é preciso que toda a sociedade tenha atitudes e comportamentos adequados, garantindo a eliminação do vetor para além dos muros das escolas. “Nossa escola está limpa agora, mas se você passar por alguns lugares, terrenos baldios e sujos e até mesmo na praça do bairro vai encontrar lixo, garrafas, copos e outros objetos que têm potencial para acumular criadores do mosquito”.
A diretora Josimeire Pinto de Queiroz explica que o trabalho teve início, na terça-feira (16), com a mobilização dos alunos do Ensino Médio para a realização da limpeza e retirada de materiais inservíveis do pátio, que ficou a cargo da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc). “Sabemos que a prevenção é a única forma de eliminar de vez este perigoso inseto”.
Segundo a gestora, os estudantes estão preparados para novas ações que serão realizadas em breve, inclusive com cartazes e panfletos. “A meta é continuar as ações pedagógicas com coordenadores e professores em sala de aula e no entorno da escola”.
A ação na unidade escolar fez parte da Mobilização Nacional da Educação contra o Aedes aegypti, que envolve professores, diretores, agentes de saúde e da vigilância sanitária, Forças Armadas e Corpo de Bombeiros. A campanha é de conscientização e orientação para o combate aos criadouros e vai continuar durante todo o ano nas redes educacionais do país.
Para marcar o Dia D, esta manhã, a Seduc realizou uma ação compartilhada com a gestão da Escola Leovegildo de Mello e outros órgãos envolvidos no combate ao mosquito. A intenção é que as informações sejam replicadas de forma rápida e eficaz para as famílias dos estudantes e comunidade, aumentando assim o contingente de pessoas engajadas.
Agentes de Controle de Endemias do município de Cuiabá também falaram sobre a importância de eliminar os focos e realizaram o trabalho de vistoria e de aplicação de larvicidas em reservatórios de água. “Esta é uma atividade do dia a dia das nossas equipes. Buscamos orientar, mostrar os possíveis locais de criadouro, vistoriar o terreno”, ressalta a supervisora Janaina Pacheco, frisando que escolas são consideradas pontos estratégicos. Além disso, estão intensificando as vistorias em outras regiões consideradas estratégicas, ou seja, nos bairros com maiores índices de infestação e notificações de casos.
“Foi um evento que promoveu a integração entre os membros escolares, a comunidade, profissionais de saúde e instituições para orientar sobre a manutenção e prevenção no ambiente escolar, a fim de erradicar a proliferação da praga”, informou o superintendente de Formação dos Profissionais da Educação da Seduc, Otair Rodrigues Filho, que está coordenando todo este trabalho na rede estadual de ensino.
Segundo ele, a Seduc enviou para todas as unidades da rede um material orientativo sobre como as escolas devem trabalhar o tema e os conceitos da prevenção em sala de aula, de forma interdisciplinar, durante o ano letivo e também na realização de ações concretas no espaço físico.
Outra medida foi a destinação de verba emergencial de até R$ 4 mil para escolas para que elas realizem limpeza e retira de materiais não utilizados e lixo acumulado. Os valores devem ser repassados nos próximos dias.