Mais de 80% dos casos registrados em Cuiabá e Várzea Grande de pessoas que, por algum motivo, saíram de casa e não deram mais notícias à família, foram esclarecidos pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Polícia Judiciária Civil. Entre os meses de janeiro a maio deste ano, o setor que funciona na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), computou 271 casos de pessoas desaparecidas, entre homens, mulheres, crianças, adolescentes e idosos. Dentro desse número, 224 pessoas foram localizadas e retornaram as suas famílias.
Com uma demanda de aproximadamente 54 registros por mês, a unidade localiza em média de 44 pessoas mensalmente, o que representa 81,4% dos casos. A maior parte das ocorrências de desaparecimento é de pessoas do sexo masculino com idades entre 18 a 64 anos.
O trabalho do Núcleo de Desaparecidos inicia, no momento em que a ocorrência é registrada. A primeira ação é fazer o levantamento de informações que possam auxiliar a encontrar algum indício que levou ao desaparecimento. Para isso, os policiais procuram ouvir pessoas próximas, como familiares, amigos, além de checagens em meios eletrônicos, como sites e redes sociais da Internet, que possam fornecer alguma pista.
Ao mesmo tempo em que é feita a busca de informações, o setor entra em contato outras unidades como hospitais, unidades de saúde, casas de abrigo, Polícia Militar, Departamento Médico Legal e demais órgãos que possam auxiliar na localização do desaparecido.
O delegado responsável pelo setor, Luciano Inácio da Silva, esclarece que não é necessário esperar 24 horas para fazer o registro. Segundo ele, que se precisa é comprovar se a pessoa realmente desapareceu, uma vez que, em muitos casos, o desaparecido é localizado ou retorna para casa antes desse tempo. “Em casos de crianças, adolescentes ou pessoas com alguma doença ou distúrbio mental as investigações iniciam imediatamente”, destacou.
De acordo com o delegado, há diferentes motivos para as pessoas deixarem seus lares, como uso de drogas, envolvimento em crimes, brigas em família ou mudança de estilo de vida. Porém, existem os casos que evoluem para investigação de crime de homicídio.
“Um dos primeiros pontos a ser esclarecido é se a pessoa desapareceu de forma voluntária, muito comum em caso de adolescentes, ou por algum motivo específico, como problemas de saúde, envolvimento com drogas e com outros delitos, até chegar à possibilidade de ter sido vítima de homicídio”, explicou o delegado.