As fortes chuvas castigam, desde ontem, a cidade de Parantinga (região Sul de Mato Grosso). Hoje é aniversário de emancipação política da cidade e a população saiu às ruas para verificar o estrago e muitos para ver o que restou de suas casas.
As 7h, seo Terezino Ferreira dos Santos olhava os escombros do que um dia foi sua casa e ainda tentava encontrar documentos pessoais. “ A água subiu muito rápido não deu tempo de salvar nada”, comenta seo Terezino.
Na casa ao fundo de estava dona Noeli Fogaça dos Santos, tentando recuperar alguns objetos pessoais. As marcas d’água na parede da casa confirmam que a enchente cobriu dois metros da casa. “Quando vi a água já estava pela cintura, salvei apenas a geladeira e estou voltando agora para ver o que ainda posso recuperar”, declara Noeli.
O vizinho de dona Noeli, seo João Dias de Oliveira, mora há seis meses em Paranatinga veio em busca de oportunidades de trabalho com mais cinco pessoas da família, que estavam em casa quando a água derrubou toda a parede lateral. A família salvou apenas alguns objetos pessoais e se abrigaram na casa de um amigo.
Todas as pessoas acima tiveram a consciência de pegar o que podiam e sair o mais rápido possível de casa, mas segundo as equipes da Prefeitura e a Polícia Militar muitas pessoas resistiram em sair de suas casas e abandonar o que tinham. Este é o caso de dona Ester Carvalho de 50 anos de idade, que há 30 anos mora próximo ao Rio Paranatinga com a filha e duas netas. Ester só saiu der sua casa quando a água estava pelo pescoço e já tinha levado um choque elétrico.
Valdemir Silva Ferreira, morador de Paranatinga há 30 anos, olhava os escombros do que um dia foi seu lar e dizia: “ parecia filme de televisão. Nunca vi isso nem em pesadelo, mas o que importa é que estamos todos vivos”, disse Valdemir.
Durante a confusão da enchente muitos se aproveitaram para saquear e roubar as pessoas que tiveram as casas invadidas pela água. Segundo a Polícia Militar pelo menos uma pessoa foi presa por saquear uma mercearia.