Os donos de funerárias de Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo e Matupá estão insatisfeitos com os atendimentos e a estrutura da unidade regional da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Guarantã do Norte (203 quilômetros de Sinop). Um dos empresários contou que a maior dificuldade é a falta de um local para realização de exames de necropsia em corpos. “A equipe depende totalmente da estrutura das funerárias. Isso ocorre desde o recolhimento de um corpo do local do crime até o exame de liberação. Tudo é feito nas funerárias. A unidade só faz identificação, mas a parte técnica da medicina legal não existe. Somos nós que damos essa cobertura. Essa situação é ruim quando ocorre um óbito no final da tarde, por exemplo. O corpo só é analisando no outro dia se tiver médico de plantão. Às vezes é necessário levar para Sinop e o gasto é repassado para família, que fica em média R$ 800”, relatou.
O gerente da Politec de Guarantã, Sandro Lúcio dos Santos, disse, em entrevista ao Só Notícias, que existe falta de servidores. “Nós temos um problema de efetivo no criminal e na perícia de médico legista. Realmente ocorre essa lacuna. Quando um servidor sai de férias o quadro fica abaixo do ideal. Automaticamente, abrem as lacunas. Nós tentamos abranger a maior quantidade de dias, fazemos horários diferenciados e mesmo assim trabalhamos no limite. Quando não tem legista os corpos são encaminhados para Sinop. Isso não ocorre apenas na nossa regional”, explicou.
Atualmente, trabalham na unidade quatro peritos criminais, três médicos legistas e uma técnica em necropsia. “A gerência não possui uma sala de necropsia e sala adequada para realização de exames de necropsia. Por isso, é feito essa parceria com as funerárias. Também ainda não foi disponibilizado o veículo (rabecão) para fazer a retirada de corpos. Com isso, esse recolhimento é feito pelos carros das funerárias e os exames também são feitos nessas empresas por falta de uma sala específica”.
Ainda de acordo com Sandro Lúcio, a realização dos exames fora da unidade regional não tem prejudicado as investigações policiais. “Temos bons profissionais e não tenho conhecimento que houve algum dano em investigação policial. Além disso, quando existe a necessidade de um exame mais detalhado o corpo é encaminhado para medicina legal de Sinop, que tem a estrutura necessária. Até agora, não tivemos prejuízos”.
O gerente afirmou ainda que o mais urgente é o aumento do efetivo. “Sempre barramos na falta de servidores. Se tivéssemos mais profissionais, não precisaria o descolamento de peritos de Sinop para analisar um crime em Guarantã. Seria interessante também a implantação da medicina legal. Mesmo assim, sempre estamos fazendo o nosso melhor para abranger os atendimentos já que o Estado passa atualmente por uma crise financeira”.
A regional de Guarantã é responsável pelo atendimento em Peixoto de Azevedo, Terra Nova do Norte, Nova Guarita, Matupá, Novo Mundo e os distritos que pertencem aos municípios.