Representantes da Sanorte, empresa no segmento ambiental, oficializaram à prefeita Rosana Martinelli (PR) a construção de um aterro sanitário. O empreendimento, que prevê investimento bruto de R$ 47 milhões (excetuando-se maquinário e equipamentos), nos próximos 30 anos, deve operar em uma área de 100 hectares a aproximadamente 17 quilômetros da sede do município (sentido Santa Carmem).
Durante encontro, na prefeitura, os empresários apresentaram os aspectos do projeto, além de detalhar as etapas necessárias no que se refere à obtenção das licenças para instalação e operação. “É uma necessidade para Sinop ter um aterro, pois representará uma economia muito grande ao município entre R$ 2,5 milhões a R$ 2,8 milhões ao ano. Além da economia com o transporte até o aterro sanitário de Primaverinha, distrito de Sorriso, vai gerar Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para o município, pois estes prestadores de serviço estarão dentro de Sinop”, disse Rosana, por meio da assessoria.
É na localidade de Primaverinha (distrito de Sorriso) à qual Martinelli faz referência, que funciona o aterro sanitário para onde todo o lixo úmido de Sinop é destinado. O espaço é gerenciado por esta empresa, que venceu o processo licitatório para receber estes resíduos sinopenses. Com a implementação de um projeto de mesma natureza, todo custo com a logística de material incidiria em proporções menores.
Conforme explica a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Luciane Bertinatto, o primeiro impacto seria em relação ao frete gasto porque não mais se precisaria percorrer quase 300 quilômetros, entre os trajetos de ida e volta, até o ponto de destinação dos resíduos. Diariamente, quatro caminhões partem de Sinop até Primaverinha. Em um único mês, o município chega a gastar entre R$ 900 mil a R$ 1 milhão entre coleta, transporte e destinação.
“Estamos buscando uma forma de diminuir os custos com relação à destinação de resíduos e como podemos baixa-los é a meta da administração. Fomos informados de que esta empresa já está com uma área em Sinop com processo de licenciamento andando já para um novo aterro sanitário”, destaca a secretária Luciane Bertinatto.
A geração de energia, a partir dos resíduos, também esteve na pauta de discussões entre empresários e representantes do poder público municipal. “Outro apelo que fizemos a estes empresários é que busquem tecnologia de geração de energia com resíduo. Os empresários já disseram que fazem esta procura, uma vez que será importante a empresa, em vez de enterrar o lixo, ter outra oportunidade de negócio. Porém, não se tem, no Brasil, as tecnologias para geração de energia e o custo disso é muito alto para implantar”, acrescenta Luciane.
A proposta de um aterro sanitário é considerada concreta, pois o processo de licenciamento e o estudo de impacto ambiental já estão em análise na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
Os estudos para implantação de um aterro sanitário em Sinop começaram, de acordo com os investidores, há cerca de um ano e meio, com a seleção de três áreas. De acordo com a empresa, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), protocolado junto à Sema, contém mais de 1,5 mil páginas com informações técnicas e dados sobre os meios físico, biótico e socioeconômico. As informações deste estudo deram origem a um relatório denominado Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que, posteriormente, será apresentado à sociedade durante audiências públicas.
“Este processo inicial do EIA/RIMA serve para que a Sema analisar e dizer se o projeto está atende à Legislação, se a área está correta, se pode ser implantado, desde que se sigam tais e tais quesitos e se implantem tais situações”, aponta a engenheira ambiental da empresa, Renata Grasel.
Esta etapa é necessária, com vistas à obtenção das licenças, para que o empreendimento possa se instalar e operar em Sinop. O tempo de aprovação depende da análise realizada pelos técnicos da Sema.
Diferentemente do lixão, o aterro sanitário consiste em um espaço de destinação de resíduos ambientalmente regularizado. Apresenta diferentes programas de monitoramento (lençol freático, fauna e flora, entre outros) pelos quais se acompanha a evolução do empreendimento e quais impactos podem provocar no ambiente ao qual está inserido. "Um aterro não é um lixão. Não é simplesmente você depositar o resíduo de qualquer forma. Existem inúmeros quesitos que devem ser seguidos pela normativa federal, estadual, municipal, na questão de uso e ocupação de solo. Então, todo esse projeto já se encontra em andamento", concluiu Renata Grasel.
As informações são da assessoria da prefeitura.