Nos dois últimos anos, 157 reeducandos fugiram das unidades prisionais de Mato Grosso. Destes, apenas 41 foram recapturados, o que representa apenas 26% da totalidade. Estudioso acredita que criminalidade pode ganhar reforço quando grande número de fugitivos se encontram nas ruas. Por outro lado, projetos da nova gestão da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) pretende reforçar a segurança nos presídios.
Instalação de circuito fechado de TV e aquisição de aparelhos de detecção de metais são algumas das ações que visam a redução de fugas. Dados do setor de Inteligência da Sejudh apontam que em 2013, 77 detentos conseguiram fugir de presídios e 16 foram encontrados pela polícia. Já no ano passado, o número de fugas passou para 80, tendo 25 recapturados.
Formado em Ciências Sociais e especialista em violência de rua, Leonardo Colares acredita que a fragilidade no sistema prisional pode colocar em risco a população.
“Geralmente, criminosos que optam pela fuga são aqueles de alta periculosidade e que foram condenados a muitos anos de prisão. E não em sua totalidade, mas em grande parte, não buscam a liberdade para procurar um emprego e sim para dar continuidade aos crimes que praticavam antes”.
Colares acredita que melhorar a segurança nas unidade prisionais não só de Mato Grosso, mas de todo o país, seria uma maneira de garantir além da segurança da população a diminuição de trabalho da polícia. “O efetivo do Estado está defasado em pelo menos 50%. Se eles já trabalham sobrecarregados com criminosos saindo das ruas, imagina se todos resolvem fugir”.
Secretário-adjunto de Administração Penitenciária, coronel Clarindo Alves de Castro garante que ações já estão sendo realizadas para que esse índice seja reduzido.
“Instalamos portais de detecção de metais em cinco cadeias públicas, dez penitenciárias e Centros de Detenção Provisória e isso ajuda a evitar entrada de objetos que podem ser utilizados em fugas”.
Castro também ressalta que outros equipamentos estão sendo adquiridos como banquetas, detectores de metal portáteis, armamento e os bloqueadores de sinal de celular. A instalação de circuito fechado de TV também está nos projetos. “Hoje cerca de 30% das unidades já possuem esta tecnologia, nossa intenção é alcançar os 100%”. O coronel diz ainda que o Estado está investindo em capacitação dos agentes penitenciários.
“Na semana passada abrimos as inscrições para o curso de capacitação e habilitação em armamento. Essa formação é uma necessidade do sistema prisional e é só o começo”.
“A gente que produz, paga impostos e tem o direito de ir e vir assegurado pela Constituição está totalmente à mercê deste povo que não trabalha e não gera emprego. Os motoristas aqui estão revoltados, mas ninguém pode fazer nada, porque senão estaremos errados. Todos têm o direito de protestar, desde que isso não prejudique os outros”