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“Doutor Bumbum” acusado da morte de bancária cuiabana trabalhou no Palácio do Planalto

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Só Notícias/Agência Brasil

O médico Denis César Barros Furtado, de 45 anos, conhecido como Doutor Bumbum, trabalhou no Palácio do Planalto, por 16 dias no ano de 2008. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência da República, Furtado era oficial médico temporário do Exército, 2º tenente, e foi cedido pelo Hospital das Forças Armadas (HFA) ao Planalto no período.

De acordo com a assessoria, ele passou esses 16 dias atendendo na Clínica Geral. Além disso, ele nunca fez parte do quadro de funcionários da Presidência da República, não participou de eventos oficiais, viagens presidenciais ou atendimento de autoridades.

O “Doutor Bumbum” e a mãe dele, Maria de Fátima Barros são acusados de realizar o procedimento estético que levou à morte a bancária Lilian Calixto, de 46 anos, moradora de Cuiabá. Além deles, outras duas pessoas são acusadas de participar da intervenção. A namorada de Furtado, Renata Fernandes Cirne, de 19 anos, que está presa na unidade prisional de Benfica, e a enfermeira Rosilane Pereira, que não teve o pedido de prisão temporária autorizado pela justiça.

O médico e mãe foram transferidos da 16ª DP (Barra da Tijuca) para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 20. Os dois foram presos no dia 16, em um centro empresarial localizado na Barra, na Zona Oeste.

Lilian morreu na madrugada do dia 12, horas após ser submetida a um procedimento estético para aumentar o glúteo, realizado em uma cobertura na Barra da Tijuca. Segundo parentes, a vítima saiu de Cuiabá, no sábado, para realizar as aplicações de silicone com Denis. O procedimento teria custado R$ 20 mil.

Após a intervenção, a bancária teve complicações e foi encaminhada pelo próprio médico para um hospital particular, também na Barra, onde chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão.

Ela teve quatro paradas cardiorrespiratórias e não resistiu. A hipótese inicial levantada sobre as causas da morte seria embolia pulmonar, devido à aplicação de produto sintético.

O médico teria usado a substância PMMA na bancária. A sigla significa polimetilmetacrilato, material parecido com plástico, composto por microesferas e utilizado para fazer preenchimentos corporais e faciais. O produto é aprovado pelo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas indicado para situações pontuais e em pequenas quantidades.

Segundo o “doutor bumbum”, seu ambiente de trabalho, a cobertura onde morava e foi feito o procedimento, tinha condições adequadas para cirurgia de bioplastia. Ao fim da entrevista, declarou: “A justiça será feita”.

Segundo O Extra, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou o registro do médico em um processo ético-profissional. A decisão ainda deve ser submetida ao Conselho Federal de Medicina (CRM), e cabe recurso. Em março de 2016, o “Doutor Bumbum” foi alvo de uma interdição cautelar para o exercício da profissão, a qual foi suspensa três meses depois pela Justiça. O CRM-DF informou que o processo é sigiloso e não deu detalhes sobre o caso. O médico também possui registro profissional no CRM de Goiás.

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