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Dois anos após a copa apenas duas obras estão 100% concluídas

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Asfaltos desnivelados, falta de calçadas, falta de sinalização para pedestres e motoristas, canteiros de obras que ficaram pela metade e blocos de concretos espalhados por grandes avenidas. Sobras da Copa. Esse é o triste cenário que pode ser visto dois anos após o Mundial de 2014, em Cuiabá e Várzea Grande.

Em 2009, quando a capital foi escolhida como cidade-sede para receber os jogos da Copa do Mundo 2014, as promessas de transformação na mobilidade urbana da Grande Cuiabá eram apontadas como o maior legado que seria deixado pelo Mundial. De lá para as duas cidades viraram canteiros de obras que seguem intermináveis até hoje.

Das 19 grandes obras que deveriam ter ficado prontas a tempo da realização da Copa, apenas duas foram entregues “totalmente” finalizadas: o Morro e o Viaduto do Despraiado. A Secretaria de Estado das Cidades (Secid) considera que três obras já foram finalizadas e entregues, a duplicação da rodovia Mário Andreazza, a duplicação da Estrada da Guarita e o Morro do Despraiado. No entanto, a Mário Andreazza e a Guarita ainda não receberam obras de iluminação pública.

A escuridão nas vias já contribuiu com vários acidentes, inclusive com vítimas fatais. Para esse ano, a Secid espera o término de todas as demais obras em andamento, mas o cenário apontado pelo último relatório situacional da secretaria não é nada animador e, tendo em vista que já entramos no segundo semestre, ao que parece os cuiabanos e várzea-grandenses ainda vão conviver com as “sobras” no ano que vem.

No caso da Trincheira do Santa Rosa, a obra estava em fase de execução de “reserviços”, com foco nas áreas que representam risco a motoristas e população. Porém, a empresa Camargo Campos, responsável pela obra, decretou falência e, atualmente, foi iniciado o processo de rescisão contratual para que após isso possa ser aberto um novo processo licitatório para contratação de uma nova empresa para concluir os trabalhos.

Já na Arena Pantanal faltam apenas 3% para a conclusão das obras, que estão paralisadas pelo fato de a empresa Mendes Júnior ter abandonado os trabalhos. Agora, o Estado aguarda a rescisão do contrato na Justiça para iniciar nova licitação.

O grande problema é que o término da obra é requisito para a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), atestado do selo ambiental e sustentável do estádio. Caso não seja finalizado, o Estado fica sujeito ao pagamento de multa. O prazo termina dia 31 de dezembro.

Outras duas obras que eram exclusivamente para a Copa Mundo, até hoje seguem paralisadas, os dois Centros Oficiais de Treinamento (COTs), o da UFMT e do Pari. O responsável pela construção do espaço esportivo COT UFMT, o consórcio Campus Universitário foi penalizado devido ao descumprimento de cronograma. A situação de atraso resultou na abertura de processo de aplicação de multa.

No que se diz respeito aos projetos, estes são de responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso, que no mês de março apresentou os documentos solicitados, porém ainda com inúmeras pendências. Atualmente, a instituição segue reajustando os documentos.

Devido a tal situação, o cronograma de obras já foi repactuado e os trabalhos serão focados na construção da pista de atletismo.

Já em relação ao o COT do Pari, o governo está em vias de rescisão de contrato com a empresa Engeglobal para que o Estado finalmente possa dar uma finalidade ao local, que já custou quase R$ 30 milhões e deveria ter ficado pronto para a Copa do Mundo de 2014.

O governo, porém, mudou os planos e vai transformar o COT em uma central olímpica/paraolímpica, que terá também área de treinamento para as instituições da segurança pública do Estado.

No Complexo Viário do Tijucal a ordem de serviço para retomada da obra foi dada no dia 25 de novembro de 2015 e o cronograma atual prevê que a estrutura seja executada até o fim desse mês. Nas atividades executadas há um atraso considerável nos serviços, por isso a Secid deu início ao processo de aplicação de multa à empresa.

Além disso, o consórcio tem encontrado dificuldades na apresentação de regularidade fiscal, o que tem interferido no processo de pagamento das medições.

Na Trincheira Jurumirim, a empresa Ferreira e Cia deu início ao projeto executivo para reparar o buraco aberto na lateral da obra, localizada na avenida Miguel Sutil. Já em relação às inconsistências encontradas, o consórcio Sobeltar, responsável pela obra, não aceitou assinar o TAG junto à Secid e ao TCE. Portanto, haverá uma tentativa de negociação da secretaria para que esses ajustes sejam feitos, caso não haja um resultado positivo na negociação o consórcio será acionado juridicamente.

O Viaduto Dom Orlando Chaves (Complexo da FEB), localizado em Várzea Grande, conta com 74,3% de serviços executados e até o momento não teve ordem de serviço assinada. Atualmente se encontra em fase de tramitação o processo que aditará o prazo de execução e vigência do contrato. Somente após a finalização desta etapa, será avalizada a retomada dos serviços.

A Trincheira Ciríaco Cândia está com o contrato em fase de aditamento de prazo para que a ordem de serviço seja autorizada. A empresa Métrica Construções Ltda., responsável pela obra, já apresentou cronograma de trabalho com prazo de execução em 120 dias.

Dentre os serviços que necessitam ser feitos estão correção das canaletas de drenagem e das tampas de concreto na região do talude, readequação da sinalização horizontal em toda obra, assentamento do guarda-corpo localizado no tabuleiro da trincheira, restauração do pavimento e reparação das juntas de dilatação.

Fora essas obras que foram citadas, há também outro grande problema a ser resolvido, o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que está com as obras paralisadas e judicializadas há mais de um ano. Até agora, o Governo e o Consórcio VLT não chegaram há um acordo e as obras seguem sem previsão para serem retomadas.

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