A operação deflagrada pelo Ibama, em parceria com Polícia Federal e Força Nacional de Segurança, resultou em flagrantes de desmatamento da floresta. Máquinas foram apreendidas, termos circunstaciados lavrados e multas emitidas. A ação ocorreu em Juara (266 km de Sinop) entre os dias 9 a 13, com vistorias em empresas, alvos de desmate ilegal na região, fiscalização de criadores amadores de aves e apuração de denúncias.
Conforme o Ibama, no dia 9, o primeiro flagrante foi em uma fazenda, a cerca de 100 quilômetros do município. Sete tratores esteira eram utilizados para derrubar a mata, bem como uma pá carregadeira e um trator de pneus e semeadora para formar pasto. Os fiscais verificaram que a semeadura ocorria paralelamente à devastação da mata.
Segundo o instituto, o gerente da propriedade e o responsável pelos equipamentos foram conduzidos pela Polícia Federal para Juína e floram lavrados os termos circunstanciados. O órgão constatou na área desmate de aproximadamente 360 hectares de floresta. O auto de infração lavrado superou R$ 1,6 milhão. O representante da propriedade, apesar de possuir protocolo de Licença Ambiental, não apresentou licença do desmate em andamento. A fazenda fo embargada.
Após as análises de geoprocessamento, foi constatado o desmate de aproximadamente 360 ha de floresta amazônica e lavrado auto de infração, superior a R$ 1,6 milhão bem como os termos de embargo da área desmatada ilegalmente, de apreensão e depósito dos equipamentos.
Na operação também foram vistoriadas dez empresas e toras nos pátios. Cinco estão paralisadas, apesar de constarem como ativas nos sistemas de controle, sendo que em uma delas atualmente encontra-se uma residência e em outra está instalado outro empreendimento. Das outras cinco empresas, duas estão com a documentação em dia e em pleno funcionamento e outras duas tiveram os pátios levantados, sendo autuadas e embargadas por irregularidades encontradas, sendo lavrados autos de infração totalizando aproximadamente R$ 660 mil, além de outro auto de infração por obstrução da atividade de Fiscalização Ambiental Federal. O dono de uma madeireira tentou enganar a fiscalização modificando o saldo no sistema Sisflora por meio de inserção de oferta de venda de madeira após o início da atividade fiscalizatória, informa a assessoria do órgão.
Em outra empresa, o saldo verificado no sistema Sisflora mostrou-se incompatível com o encontrado no pátio, onde aproximadamente 650 metros cúbicos de madeira nativa em toras não foram localizados. Foram apreendidos cerca de 400 metros cúbicos de madeira durante as atividades.
Na semana anterior, em Juina, onde iniciaram-se as atividades, foram realizadas vistoriadas 6 empresas e criadores de aves, bem como áreas desmatamento e extração ilegal de madeira. Em três empresas houve levantamento de pátio, sendo lavrados cinco autos de infração com total superior a R$ 200 mil em multas, relacionadas a irregularidades encontradas, e embargadas três empresas. Foi apreendida também uma pá carregadeira e houve uma prisão por desobediência, em uma empresa que alterou o estoque de madeiras do pátio após o início da fiscalização, descumprindo determinação de paralisar as atividades e de não modificar estoques no pátio. A pá carregadeira está depositada no Ministério Público Estadual em Juína.
Em criadouros amadoristas de aves foram aplicadas multas de R$ 270 mil e apreendidas várias espécies de pássaros, como araras, papagaios, curiós, dentre outros. As ações contaram com o apoio da Polícia Militar do Estado do Mato Grosso e do Ministério Público Estadual, informa a assessoria de imprensa.