Entre agosto de 2008 e julho de 2009, a Amazônia perdeu 7 mil quilômetros quadrados (km²) de floresta. É a menor taxa anual de desmate já registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde o início do levantamento em 1988.
O número, que superou as expectativas do governo – que previa 9 mil km² – foi divulgado hoje pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara. “É uma queda substancial. De longe a menor [taxa] desde que o Inpe começou a observação”, afirmou durante apresentação dos dados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e governadores de estados da Amazônia.
A taxa é calculada pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que utiliza satélites para observação das áreas que sofreram desmatamento total, o chamando corte raso. O menor índice registrado até agora era o de 1991, quando os satélites identificaram 11,03 km².
Em relação ao período anterior (agosto de 2007 a julho de 2008), quando o desmatamento atingiu 12,9 km², a queda foi de 45%.
“É um momento de muita alegria constatar que o esforço da sociedade brasileira de conter o desmatamento da Amazônia chegou a um nível muito satisfatório”, afirmou Câmara.
O Inpe registrou queda em quase todos os estados da Amazônia. Em Mato Grosso e no Pará, tradicionalmente líderes dos rankings de desmatamento mensais, a queda foi de 65% e 35%, respectivamente. Em Rondônia, a queda foi de 55%.
Apesar da redução, o Pará foi o estado que mais desmatou no período, com 3.680 km², seguido por Mato Grosso, com 1.047 km² , e Amazonas, com 980 km² a menos de florestas.
De acordo com o Inpe, a margem de erro da estimativa anual de desmatamento é de 10%, ou seja, pode resultar em uma variação de 700 km² para ou mais ou para menos quando os dados forem consolidados.