Mato Grosso registrou alta de 190% no desmatamento nos meses de fevereiro e março deste ano, cerca de 174 quilômetros quadrados, em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o estado registrou 60 quilômetros quadrados de área desmatada. Os dados são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O Estado foi o responsável por 81% do desmatamento registrado na Amazônia no período, muito à frente do segundo colocado, Rondônia, com 9%. Comparando os oito primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2015 a março de 2016) com o mesmo período do ano passado (agosto 2014 a março de 2015), o Estado apresentou uma redução de 7% na área desmatada, passando de 639 quilômetros quadrados para 595 km².
Em fevereiro e março deste ano, a maioria do desmatamento (88%) ocorreu em áreas privadas e o restante (12%) em assentamentos da reforma agrária. Entre os dez municípios da Amazônia que mais desmataram, oito são de Mato Grosso. Marcelândia e Feliz Natal, dois municípios que saíram da lista crítica do MMA, lideram a lista dos municípios do bioma amazônico que mais registraram desmatamento, com 27,9 km² e 26 km², respectivamente. Os outros municípios mato-grossenses que constam na lista são: Nova Maringá (13 km²), Juína (12.2 km²), Santa Carmem (10.5 km²), Aripuanã, (8.6km²) Diamantino (7.6 km²) e Juara (7.4 km²).
Para a diretora adjunta do ICV, Alice Thuault, o momento exige uma resposta rápida por parte do governo do estado para enfrentar o problema, sobretudo pelo compromisso assumido com a Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI) de zerar o desmatamento ilegal em Mato Grosso até 2020. “Esta é uma situação que demonstra o quanto é necessária a implementação de uma estratégia para combater o desmatamento. Já está quase certo que Mato Grosso vai repetir o aumento do desmatamento do ano passado. Precisamos acabar com essas atividades ilegais que correm soltas em algumas regiões do estado”.