O designer sinopense Cicero André de Costa Moraes foi homenageado com o título de Doutor Honoris Causa da Faculdade Tecnológica de Limoeiro do Norte (FATELL) e a Fundação Cariri (FUNCAR), no auditório do Colégio Diocesano, da cidade de Crato, no Ceará.
O sinopense recebeu o título que é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido a ciência como designer. Cícero possui mais de 80 reconstruções faciais, sendo dois beatos e 18 santos, inclusive sendo o último revelado no domingo (13) em Crato, na Catedral da Sé. “Fico muito feliz em nome da cidade de Sinop, moro há 35 anos, sou praticamente um filho da terra, apesar de ter nascido em Chapecó (SC). Também fico contente por sair do interior do Mato Grosso e receber lá em Crato, que é uma cidade conhecida do interior do Ceará”, disse, ao Só Notícias.
Em um evento com algumas autoridades do município, como prefeito e vereadores, Cícero deu mais detalhes sobre a cerimônia. “Fiquei extremamente feliz e honrado com essa mobilização. Eu vim de uma família pobre e fiquei emocionado, principalmente no momento em que ofereci as pessoas da minha família, inclusive algumas que se foram. A ficha ainda não caiu”, revelou.
Na mesma cidade, Cícero apresentou a face do santo São Vicente de Paulo, em um projeto que teve início em 2015, mas acabou sendo concluído somente no início deste ano. “Foi um projeto idealizado pelo doutor José Luís Lira, que é um hagiólogo. Ele estuda há muitos anos santos, beatos e outras figuras religiosas que estão a caminho da santidade. Em uma pesquisa, achou algumas imagens da exumação do corpo de São Vicente de Paulo. Essas fotografias tinham uma boa qualidade e ele me perguntou se seria possível essa reconstrução e enviou as imagens”.
Cícero também detalhou sobre a complexidade durante a realização do projeto. “Eu entrei em contato com oito especialistas, médicos, cirurgiões dentistas e especialistas na área forense para que observassem o crânio e passasse as informações acerca do que viram. Eles não sabiam de quem se tratava e geramos um relatório. Eles viram que era de um homem, um idoso, de ancestralidade europeia e tinha algumas deficiências estruturais no crânio”.
Após uma extensa coleta de dados e busca por informações, a criação é feita por um modelo de aproximação, conforme revelou. “Com esses dados foi possível fazer uma reconstrução 3D do crânio. Posteriormente trabalhamos na reconstrução facial forense, que no caso é uma aproximação”, explicou o artista 3D, que também está com o nome registrado no Guinnes Book de 2022, por ajudar na criação do primeiro casco de jabuti impresso em 3D do mundo.