Os desembargadores da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negaram o pedido de habeas corpus feito pela defesa Jackson Furlan, 29 anos. Ele é o principal suspeito de assassinar, com um tiro, a agrônoma Júlia de Souza Barbosa, 28 anos. A vítima estava no interior de um veículo, quando foi atingida, na madrugada do dia 9 de novembro.
A defesa ingressou com o pedido de soltura argumentando que a decisão de manter Jackson na cadeia é “ilegal”. Segundo o advogado, não há motivação para a prisão preventiva, “especialmente porque o paciente tem bons antecedentes e endereço fixo”. Lembrou ainda que o cliente se apresentou espontaneamente, 24 horas após o crime, e que por isso não “se faz presente o requisito do periculum libertatis”.
Os desembargadores, no entanto, rejeitaram, por unanimidade, o pedido de habeas corpus. “As informações concernentes ao motivo da mantença prisional se referem à possibilidade de fratura da ordem pública ante a gravidade concreta da conduta e garantia de aplicação da lei penal”, consta no acórdão da decisão colegiada.
De acordo com o delegado André Ribeiro, cinco testemunhas foram ouvidas durante as investigações para apurar o homicídio. “Foram juntados diversos vídeos de câmeras de monitoramento das vias públicas por onde passaram os veículos da vítima e do indiciado, além do laudo de local de crime e das oitivas, que foram remetidos ao Ministério Público Estadual”.
Em diligências realizadas pela equipe da delegacia municipal foram coletadas informações de imagens de câmeras de seguranças que comprovaram o crime. De acordo com a apuração, a vítima e o namorado estavam na casa de amigos e, após o jantar, a pedido de Júlia, o casal foi até a conveniência de um posto de combustível, situado na Avenida Natalino Brescansin, região central de Sorriso, onde o namorado comprou chocolate. Em seguida, o casal seguiu na caminhonete Toyota Hillux para dar um último passeio, antes de retornar para casa.
No percurso, um VW Gol preto passou a andar devagar pela via, fazendo com que o veículo em que estava o casal também reduzisse a velocidade. Neste momento, o indiciado, também conduzindo uma caminhonete, se aproximou do veículo do casal, passando a buzinar e a forçar passagem pela via estreita e que possui fluxo lento.
O veículo onde estava a vítima seguiu em velocidade reduzida, o que provavelmente enfureceu o suspeito, que estava embriagado. Jackson passou a seguir o veículo do casal, que tentou fugir pelas ruas da cidade. Próximo ao Hospital 13 de Maio, na avenida Brasil, Furlan disparou contra o veículo do casal.
O projétil transfixou o vidro traseiro do veículo e atingiu a vítima, que foi socorrida pelo namorado e levada até o hospital próximo. Entretanto, mesmo com atendimento imediato da equipe médica, a engenheira não resistiu ao ferimento. Júlia estava em Sorriso visitando o namorado e morava no interior do Paraná.
Jackson foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado, com emprego recurso que dificultou a defesa da vítima e por motivo fútil. Ele teve a prisão preventiva cumprida no dia 10 de novembro quando se entregou na delegacia municipal acompanhado de advogados e permanece recluso no Centro de Ressocialização de Sorriso.