O desembargador Pedro Sakamoto acatou pedido de habeas corpus e mandou soltar dois irmãos acusados de encomendar a morte de Milton Queiroz Lopes, 51 anos. O advogado foi assassinado a tiros, em março deste ano, dentro do próprio escritório, na região central de Juara (300 quilômetros de Sinop).
Conforme informações publicadas pelo portal Gazeta Digital, o desembargador afirmou que a decisão de prender a dupla foi proferida de forma “condenatória” e que houve um pré-julgamento por parte da Justiça de Juara. “Verifico que a decisão impugnada denota quebra do dever de imparcialidade, na medida em que o impetrado se valeu de expressões demasiadamente carregadas de juízo valorativo acerca da personalidade e da responsabilidade penal dos pacientes”, destacou o desembargador.
Sakamoto também apontou ausência de contemporaneidade entre o fato e a prisão dos irmãos, que já eram tidos como suspeitos desde o início das investigações. Lembrou ainda que a dupla, mesmo com recursos, não frustrar as investigações ou fugir. O desembargador determinou que os irmãos cumpram medidas cautelares, incluindo uso de tornozeleiras eletrônicas.
Conforme Só Notícias já informou, os dois irmãos foram presos no mês passado, em uma fazenda no município de Juara. Na mesma semana, um terceiro acusado foi localizado em Sinop. Além deles, a Polícia Civil prendeu, no dia do crime, dois homens, no distrito de Americana do Norte, no município de Tabaporã.
Em agosto, os policiais civis de Juara prenderam em Presidente Prudente, no interior de São Paulo o homem investigado como o intermediário do homicídio. Ele foi apontado nas investigações por ter intermediado negociações entre mandantes e executores do homicídio, crime pelo qual teria recebido a quantia de R$ 150 mil, sendo que um terço do valor teria sido pago aos dois homens que mataram o advogado.