A corrupção tem que ser combatida em todas as esferas da administração pública, inclusive no poder Judiciário, instituição que não está imune a esse mal, e as investigações policiais devem ser aceitas como normais, até porque elas são amparadas por autorização judicial. Foi o que disse desembargador Mariano Alonso Ribeiro Travassos, em discurso durante a posse dos juízes Alethea Assunção Santos, Cristiane Padim da Silva e Roger Augusto Bim Donegá, hoje.
O desembargador fez a saudação aos novos magistrados em nome do Tribunal de Justiça, mas aproveitou para alertar para o grave momento que enfrenta o poder Judiciário em todo o país. “O Poder Judiciário Nacional está na berlinda. Isso é bom ou ruim?, eu questiono. E respondo: é necessário”, disse Travassos, observando, entretanto, que a instituição não ficará comprometida por pontuais desvios de conduta de alguns servidores ou membros do poder, pois tem capacidade para apurar e punir os culpados.
Ele lembrou que há poucas semanas “a instituição foi sacudida por revelações investigativas da Polícia Federal que apontava para alguns membros da instituição suspeitos de comportamento incompatível com o exercício do cargo. Tais afirmações causaram choque em todo o corpo social que, certamente, não esperava que os males da corrupção tivessem se infiltrado nos escaninhos da instituição”.
Também destacou que nos fóruns do Estado tramitam cerca de 675 mil processos. Somente na Justiça de primeiro grau tramitam, aproximadamente, 652 mil processos, e de segundo grau (Tribunal) mais ou menos 23 mil. São 79 comarcas instaladas e hoje existe uma carência de magistrados no Estado da ordem de 49 juízes. “Nosso Tribunal é um dos que mais rapidamente julga dentro do contexto federativo”, concluiu.