O desembargador Orlando Perri determinou a prisão dos secretários Evandro Lesco e Airton Benedito Siqueira Júnior, respectivamente chefe da Casa Militar e de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso. Ambos são coronéis da Polícia Militar. As prisões são desdobramentos do 'esquema dos grampos' ilegais em políticos, servidores e profissionais liberais que tiveram conversas gravadas.
No final de maio, a 3ª sargento da Polícia Militar, Andréa Pereira de Moura Cardoso, revelou que atuou no sistema de interceptações telefônicas ilegais a mando, segundo ela, dos coronéis da PM, Zaqueu Barbosa e Airton Benedito Siqueira Júnior. Zaqueu continua preso na sede do Batalhão de operações Especiais (Bope). Airton comanda a secretaria de Justiça e Direitos Humanos.
Em seu depoimento prestado à Corregedoria Geral da Polícia Militar, a sargento Andréa contou que atuava no esquema de interceptações na modalidade “barriga de aluguel” sob orientação do cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior. A policial também contou que a base para atividades de interceptações telefônicas da Polícia Militar funcionava numa sala, localizada no Edifício Master Center, na Rua Desembargador Ferreira Mendes, nº 235, centro da Capital.
A ligação do coronel Evandro Alexandre Lesco seria quanto à compra dos equipamentos. A nota fiscal da aquisição de dois equipamentos, ao custo de R$ 24 mil, foi juntada pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, no material encaminhado por ele a Procuradoria-Geral da República (PGR) no bojo da investigação que apura um esquema de escutas ilegais supostamente ocorrido em Mato Grosso. Lesco foi acusado pela deputada estadual Janaina Riva (PMDB), uma das supostas vítimas do esquema, de ter participado da “arapongagem clandestina” exatamente por conta da aquisição de tais equipamentos.