As operadoras de telefonia fixa oferecem desde hoje (3) planos alternativos de acesso discado à internet, com franquia de 10 horas mensais, por R$ 7,50. A redução representa uma economia de 84% em relação aos valores normais cobrados pelas telefônicas, de acordo com o assessor especial da Presidência da República, José de Aquino.
A expectativa do governo é beneficiar cerca de 10 milhões de usuários, entre os que já conectam a internet por meio de linha telefônica e os que ainda não têm acesso à rede. Brasil Telecom, Telefônica, Oi, Companhia de Telecomunicações Brasil Central (CTBC) e Sercomtel vão disponibilizar o plano.
A medida faz parte do programa Computador para Todos, que desde sua implantação em setembro de 2005 previa iniciativas para baratear o acesso à internet, mas só agora governo e operadoras de telefonia chegaram a um acordo. “As empresas queriam oferecer os descontos só para quem comprou computador com financiamento do governo, mas em telefonia existe o conceito de universalização, não se pode oferecer um serviço só para um determinado grupo – tem que ser para todos”, informou Aquino.
Ele acrescentou que “qualquer pessoa que utilize internet discada pode se cadastrar no plano” e que para aderir o consumidor deve entrar em contato com as centrais de atendimento das operadoras e solicitar o serviço.
Para um dos coordenadores da organização não-governamental (ONG) Comitê para Democratização da Informática (CDI), Celso Fernandes, apesar de positiva – porque aumenta o acesso à internet – a iniciativa do governo “ é uma medida pontual e de impacto limitado”. Ele comentou que “não há uma abordagem sistêmica sobre que tipo de sociedade da informação queremos” e argumentou: “A discussão ética, a reflexão crítica sobre o conteúdo têm que vir antes antes da questão tecnológica”.
Fernandes questionou o alcance do serviço que, segundo ele, só beneficiará os cerca 21 milhões de brasileiros com acesso a telefonia fixa. E criticou a oferta de planos somente para acesso discado: “Nós caminhamos aceleradamente para um nível de acesso rápido, com conteúdos de voz, de áudio e de vídeo que necessitam de internet com alta velocidade, em banda larga”.
Segundo José de Aquino, a definição dos planos levou em conta o perfil dos possíveis beneficiados com os descontos. “Dos 5.560 municípios brasileiros, apenas 2.000 têm equipamentos de banda larga. Os planos alternativos serão direcionados para um público que, em geral, utiliza internet com acesso discado”, afirmou.