O trânsito na BR-163, em Sorriso, Lucas do Rio Verde, Diamantino e Rondonópolis está liberado para caminhões e carretas carregados. Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal foi a alguns locais, esta manhã, dentre eles Sorriso, conversou com os líderes do movimento expondo que o bloqueio é inconstitucional. Não houve resistência. Foram retirados os pneus e cones da rodovia e o tráfego está normal, neste momento. Não houve expedição de liminar por parte da justiça, apenas a explicação dos policiais sobre a ilegalidade do ato em dificultar o direito de ir e vir.
O presidente Sindicato Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e região, Wilson Rodrigues, disse que os caminhoneiros acatam a ordem da PRF, mas vão continuar protestando às margens da rodovia. Ele acrescentou que não haverá mais bloqueio para os caminhões e carretas de transporte.
A assessoria de imprensa da PRF informou que na BR-364, em Diamantino (onde havia bloqueios desde quinta-feira), o trânsito está normal. Também na BR-364, em Rondonópolis, houve liberação. após negociação.
Hoje, por volta das 10h, os manifestantes decidiram liberar a rodovia no trecho de Lucas do Rio Verde. Desta forma, na BR-163, apenas em Nova Mutum há interdições.
Neste domingo, no final da tarde, os caminhoneiros liberaram passagem de carretas e caminhões por cerca de quatro horas no trecho de Nova Mutum. Foi necessária a presença de equipes da PRF para controlar a situação tensa entre os manifestantes e motoristas que passavam pelo local e não seriam favoráveis ao bloqueio de veículos com cargas. Os manifestantes evitam conceder entrevista sobre o assunto, mas no local comentavam que não vão abrir mão da manifestação enquanto o governo federal não se posicionar diante de suas reivindicações.
Em Sinop, os caminhoneiros chegaram a se reunir para discutir a situação, porém, em nenhum dia ocorreu o bloqueio. Alguns teriam reforçado o manifesto em Guarantã do Norte, na divisa com o Pará.
Desde ontem, policiais estão se deslocando para os pontos de bloqueios, no intuito de desmobilizar os manifestantes. A tropa de choque da PRF acompanhou a movimentação.
A PRF também informou que os motoristas fecharam, esta manhã, a BR-174 em Comodoro (região Oeste).
Conforme Só Notícias já informou, na sexta-feira, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a resolução instituindo o procedimento para elaboração da tabela referencial dos custos, cobrado pela categoria. A norma define que os estudos deverão ser submetidos à audiência pública, com parâmetros de referência em vigência de 12 meses, revistos anualmente. Porém, o órgão poderá rever os valores a qualquer momento.
Apesar da oficialização, um dos representantes do movimento do setor em Mato Grosso, Júnior Boscoli, reforçou que os bloqueios em rodovias continuam até o governo oficializar uma tabela para entrar em vigor em todo o Brasil. “Se o governo nos chamar para discutir, vamos conversar. Mas os bloqueios seguem até uma tabela ser definida, assinada e publicada. Não vamos mais acreditar em conversinha, porque foi o que houve até aqui. A tabela precisa ser aprovada pelo movimento no Brasil inteiro, não só por um Estado, como aqui, por exemplo”, disse ao Só Notícias.
Os bloqueios nas rodovias de Mato Grosso e alguns estados brasileiros foram retomados, na quinta-feira (22), após uma reunião entre caminhoneiros e ANTT terminar sem acordo sobre a instituição da tabela de frete. O preço mínimo do frete considera os gastos com o caminhão no transporte como pneus, taxas e combustível. Um dos exemplos apresentados é de um trecho de 600 quilômetros, que corresponde aproximadamente o trajeto de Lucas do Rio Verde a Rondonópolis, em que o preço da tonelada seria de R$ 103,83. Hoje, conforme a representatividade do setor no Estado, o valor é de R$ 90, na safra.
Na primeira manifestação dos caminhoneiros, em fevereiro, houve desabastecimento de combustíveis, gás de cozinha e outros produtos em várias cidades do Nortão. Situação que voltou a ocorrer novamente com estes novos bloqueios.
(Atualizada às 11:31 – fotos: Valtoni Junior)