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Deputados de MT podem ter sigilos quebrados por CPI

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Deputados federais de Mato Grosso devem estar na lista dos 21 que a CPI dos Sanguessugas pedirá para quebrar sigilos bancários, após terem sido acusados de receberem propinas para destinar emendas orçamentárias para a Planam vender ambulâncias superfaturadas para prefeituras. O relator-geral da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), confirmou que vai sugerir no relatório parcial a quebra do sigilo bancário dos 21 parlamentares que receberam dinheiro em espécie para aprovarem emendas para a compra de ambulâncias superfaturadas com recursos do orçamento. Lando não informou quais parlamentares devem ter suas contas vasculhadas em busca de mais provas de envolvimento em um dos maiores esquemas de corrupção que a Polícia Federal e a Justiça Federal descobriram. O senador também irá propor a quebra de sigilo de cerca de 80 envolvidos, entre assessores de parlamentares e terceiros que receberam dinheiro em nome dos parlamentares.

“Isso precisa ser feito, porque senão se você deixar isso sem quebrar o sigilo depois, por exemplo, ninguém mais tem competência, só o plenário das respectivas casas, então a gente já deixa isso pronto”, afirmou Lando. “È uma fórmula, no meu entender, que pode auxiliar lá para a frente”, disse.

De acordo com o senador, o grupo de 90 parlamentares investigados pela CPI vão ser separados em três categorias no relatório: 21 que receberam dinheiro em espécie, seis citados pelo Ministério Público, mas sem evidência de participação no esquema e 63 contra os quais há provas concretas de participação na fraude das ambulâncias.

Segundo Amir Lando, o relatório parcial que será apresentado na próxima quinta-feira (10) terá três partes: a primeira será uma descrição do esquema, a segunda parte fará uma análise dos tipos de crimes cometidos e de cada caso separadamente e a terceira parte serão as sugestões das medidas corretivas para evitar que o esquema se repita.

Ele afirmou que cada parlamentar envolvido terá um processo separado. “Nós vamos fazer um resumo do comportamento de cada um à luz dos testemunhos, das gravações telefônicas, dos documentos, porque assim nós poderemos formular um juízo de valor sobre cada um”, disse Lando.

A apresentação do primeiro relatório parcial da CPMI está marcada para a próxima quinta-feira, dia 10 de agosto. O relatório deverá apresentar os nomes dos deputados e senadores envolvidos com as fraudes. A segunda fase dos trabalhos será concentrada nos envolvidos que trabalham no poder Executivo.

Em maio deste ano, a Polícia Federal desencadeou a Operação Sanguessuga, que prendeu parlamentares, assessores e servidores públicos acusados de utilizar R$ 110 milhões do orçamento na compra de ambulâncias superfaturadas. A empresa Planam, com sede no Mato Grosso, era responsável pela montagem das ambulâncias e entrega dos carros às prefeituras. Segundo as investigações da Polícia Federal, a empresa chegou a superfaturar o preço das ambulâncias em até 110%.

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