A deputada estadual Janaina Riva (MDB), refutou, nas redes sociais, a fala do Diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Bernardo Pires, que durante o Congresso Nacional de Crédito do Agronegócio, teceu críticas à classe política de Mato Grosso por conta da aprovação recente da legislação que veda concessão de incentivos fiscais aos signatários do pacto da moratória da soja e da carne, que tem causado prejuízos à economia de Mato Grosso.
Na fala de Bernardo ele afirmou que “no Brasil, em Mato Grosso e em Rondônia, tem leis sendo aprovadas onde políticas de sustentabilidade não são bem vindas.” “Quem tiver política de sustentabilidade ou política para erradicar o desmatamento a exemplo da moratória da soja vai perder os incentivos fiscais. No Mato Grosso nós estamos falando de 1,8 bilhão. É um verdadeiro tiro no pé que o governador cometeu, ele sabe disso, mas ele teve que atender a bancada ruralista extrema, radical, e também os Prefeitos e vereadores que se aproveitarem dessa ocasião em momento eleitoral”, declarou o diretor.
A deputada, por sua vez, afirmou que o diretor mente quando diz que Mato Grosso é contra políticas de sustentabilidade, lembra o estado tem mais de 60% de sua área de floresta preservada e não há o que se falar em moratória da soja e carne como política de sustentabilidade ou de preservação do meio ambiente, uma vez que o Código Florestal Brasileiro é um dos mais rígidos do planeta.
“Ele mente quando ele trata da moratória da soja e que, de alguma forma, a moratória da soja visa combater o desmatamento. Primeiro, que essa regra da moratória da soja não impede que ninguém desmate a sua propriedade conforme as determinações do Código Florestal Brasileiro. O que é essa norma? É um pacto comercial, que foi estabelecido à revelia da Constituição Brasileira, é totalmente inconstitucional. Ele diz o seguinte, olha, você se desmatar, depois do prazo determinado pelo Código Florestal Brasileiro, mesmo que legalmente, você pode até vender sua soja aí no mercado interno, mas as empresas signatárias da ABIOVE, desse pacto da moratória da soja, elas não vão comprar sua soja, venda a sua soja barato aí no Estado de Mato Grosso, porque aqui você não vai vender. Agora, qual é a diferença dessa soja, que é fruto de um desmate legal, para uma soja que também é fruto de um desmate anterior a 2008?”, disse a parlamentar.
Uma das principais defensoras da legislação aprovada no estado de Mato Grosso para vedar que esses signatários da Abiove recebam incentivos fiscais, a deputada considera a fala do diretor um ato de desespero por que até então, estavam lidando com o estado como se fosse o ‘quintal da casa deles’.
“Ele nos chama de extremistas e isso não é verdade. Nós somos defensores do Estado de Mato Grosso. E eu sei que é desesperador para vocês ver que vocês estão perdendo o controle de um Estado, de uma floresta, que até então vocês tratavam como se fosse o quintal de vocês. Mas é nosso. O Estado de Mato Grosso é nosso. Essa é a nossa especialidade. Defender o nosso povo e o que é nosso. Defender a nossa agricultura e não permitir que vocês, que têm interesses ocultos, escusos, junto com a União Europeia, determinem se nós vamos ou não vender o nosso produto. E não terão mesmo incentivo fiscal do Estado de Mato Grosso, afinal de contas agora se tornou lei. Especialmente esses que gostam de difamar o Estado, chamando nossos prefeitos, vereadores de oportunistas, até mesmo o governador ele deu a entender que é oportunista. Não, a nossa votação foi feita em cima da lei, esse pacto comercial que vocês criaram é que é ilegal, imoral e jamais deveria ser permitido por qualquer outro estado”, disparou.
A parlamentar reforçou ainda que apesar de Mato Grosso ser um estado jovem, também tem direito de crescer. “Nós somos o celeiro do mundo e temos condições técnicas, morais, éticas, de fazermos as leis que nós entendemos serem melhores para a agricultura do nosso estado, que alimenta todo mundo. O estado de Mato Grosso tem mais de 60% da sua área preservada. A legislação brasileira é uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo. O que a moratória proporciona é essa reserva de mercado, o domínio das multinacionais estrangeiras que querem tomar conta e trazer, sim, prejuízo ao pequeno e médio produtor mato-grossense. E isso, nós não vamos permitir que vocês façam fantasiado de sustentabilidade. Fantasiado de sustentabilidade vocês estão cometendo atrocidades com o pequeno e médio produtor mato-grossense”. Finalizou.