O comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, demitiu o acusado de participar do assassinato do jovem Jeferson Augusto da Silva, 19 anos, em janeiro de 2012, em Várzea Grande. O rapaz teria furado uma barreira, na região da Ponte Nova, em Cuiabá, e acabou perseguido por policiais militares e guardas municipais. No bairro Jardim Potiguar, já no município vizinho, Jeferson foi interceptado e morto com um tiro no rosto.
O laudo balístico divulgado na época apontou que os tiros partiram das armas dos militares. Uma sindicância demissória foi instaurada e concluiu que o policial foi um dos culpados pela morte do rapaz. Segundo a portaria de demissão publicada no Diário Oficial que circula hoje, o militar já possuía algumas acusações de transgressões disciplinares.
Pesa contra o policial também “pouca prática no serviço operacional, bem como circunstâncias agravantes pela prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões”. O fato do incidente ter ocorrido durante serviço e com “premeditação” ainda contribuiu para a violação ser classificada como “grave” pela sindicância. Durante seu tempo de serviço, o militar não recebeu nenhum elogio. Por outro lado, não respondeu nenhum processo administrativo, sendo que seu comportamento era tido como “bom”.
Zaqueu já determinou que o comandante imediato seja notificado para que cancele o porte e recolha o armamento do acusado. A diretoria de Gestão de Pessoas da PM, ainda deverá providenciar a exclusão do militar da corporação.
Apesar das medidas, o policial ainda pode recorrer da decisão.
Jeferson foi perseguido e morto após sair de uma casa noturna, que fica próxima ao local onde os policiais faziam a barreira. Ele dirigia um Fiat Uno e teria tentado evitar a barreira, pois não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Policiais da guarda municipal e da PM acompanharam o carro e interceptaram Jeferson. Os agentes alegaram que houve troca de tiros e a família afirmou que foi execução.
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou dois policiais militares e três guardas municipais pela morte do rapaz. O promotor de Justiça responsável pelo caso, Allan Sidney do Ó Souza, disse, na época, que, durante o trajeto, os guardas municipais efetuaram disparos de arma de fogo contra o veículo conduzido por Jefferson.
Conforme explicado pelo promotor, quando a vítima decidiu parar o carro que conduzia, e descer, sem oferecer resistência, o policial militar efetuou um disparo, atingindo-a pelas costas. Os envolvidos ainda são suspeitos de, após a ocorrência, terem alterado a cena do crime, forjando a existência e utilização pela vítima de um revólver calibre 32, e incluindo informações falsas no boletim de ocorrência.