Depois da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso a favor do governo declarando a ilegalidade da greve dos servidores que integram a segurança pública, os delegados da Polícia Civil foram os únicos a retornarem ao trabalho. A paralisação foi suspensa temporariamente e, na próxima sexta-feira (10), a categoria volta a se reunir em assembleia para deliberar sobre as próximas ações e estratégias que serão adotadas.
Por sua vez, os investigadores da Polícia Civil decidiram manter a greve enquanto as associações classistas ligadas à Polícia Militar rechaçaram a decisão do Tribunal de Justiça e criticaram o governo do Estado afirmando que os militares não entraram em greve. A decisão do governo do Estado de não pagar os 11,28% da Revisão Geral Anual (RGA) alegando falta de recursos motivou a greve geral dos servidores que se estende desde o dia 31 do mês passado.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves, convocou os escrivães para uma assembleia da categoria nesta terça-feira (7) na sede da entidade e destacou que é importante a presença de todos.
A decisão do desembargador Alberto Ferreira de Souza também se estende aos servidores do Sistema Penitenciário e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), mas ambas as categorias também decidiram manter a greve. O magistrado determinou aos grevistas o retorno imediato ao serviço sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$ 100 mil.
O delegado Wagner Bassi, presidente do Sindicato dos Delegados de Mato Grosso (Sindepo), explicou que a suspensão do movimento paredista é temporária e foi tomada para cumprir a ordem judicial. “A gente suspendeu a paralisação até esta sexta-feira (10) quando vamos reunir para deliberar sobre as próximas ações. Na assembleia pode deliberar por uma nova greve. A gente não discute ordem judicial. Vamos recorrer, mas suspendemos e voltamos a serviço desde sábado”.
Com a paralisação dos 270 delegados que estão na ativa em Mato Grosso, centenas de inquéritos ficaram parados e vários deixaram de ser instaurados. Agora, segundo Bassi, eles já voltaram a conduzir as investigações. “Naturalmente há prejuízo, há um acumulo, agora é tentar colocar em dia”.
O governo do Estado recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) contra 11 categorias e conseguiu decisão liminar que declara o movimento grevista como ilegal.
A decisão do Tribunal de Justiça atinge as seguintes entidades classistas: Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de MT; Associação dos Sargentos, Subtenentes, Oficiais, Adm. e Esp. Ativos e Inativos da PM e BM de MT; Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de MT; Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso; Sindicato dos Escrivães da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso; Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso; Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso; Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado de Mato Grosso; Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso; Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais de Mato Grosso e do Sindicato dos Profissionais da Ciência da Papiloscopia do Estado de MT.