Delegados de todo o Estado aprovaram por unanimidade greve geral a partir do dia 31 deste mês. Diante disso, está confirmada que todas as categorias que compõem a Polícia Civil paralisarão as atividades caso o governador, Pedro Taques, não decida voltar atrás e pagar a Revisão Geral Anual (RGA) aos servidores do Executivo. Apesar da Legislação proibir os militares de realizarem greve, estes continuam apoiando a causa através da realização de Operação Padrão.
De acordo com o Sindicado dos Trabalhadores da Polícia Civil (Siagespoc), as delegacias de Mato Grosso atenderão apenas flagrantes e as investigações, mesmo de casos mais graves, não ocorrerão durante a greve. Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso (Sindepo), Wagner Bassi Junior informou que após muita discussão com a categoria, o posicionamento a favor da greve foi geral. “Os delegados estão revoltados com a decisão arbitrária do governador e estão irredutíveis quanto à realização da paralisação. Sendo assim, seguiremos com o Fórum Sindical e trabalharemos em sistema de escala, mantendo os 30% que exige a lei”.
Atualmente, estão ativos no Estado 278 delegados e estes se revezarão nos atendimentos nas delegacias. “O atendimento será apenas para casos de urgência, como as medidas protetivas e flagrantes. Demais casos, ficarão com as investigações paralisadas por tempo indeterminado”.
Doutor em Sociologia e especialista em violência urbana, Naldson Ramos da Costa diz que o cenário de violência no Estado pode ficar pior do que já está e o caos pode se instalar nas cidades mato-grossenses. “Com a notícia da paralisação da polícia, muitos criminosos podem se aproveitar da situação para cometer os crimes mais comuns, como roubos e tráfico de drogas. Consequentemente, a sensação de insegurança da sociedade será ainda maior”.