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Defesa Civil reconhece situação de emergência em cidade de MT

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Casas abandonadas, animais mortos, plantações imersas na lama e dezenas de famílias isoladas. Esta é a atual realidade do município de Porto Esperidião após a inundação do rio Aguapeí. Acionada pela prefeitura, a Secretaria de Estado das Cidades, por meio da Defesa Civil, esteve no local, ontem, para a homologação da situação de emergência.

Por determinação do governador Pedro Taques também foi dada celeridade no fornecimento de itens básicos para as famílias. Hoje, um caminhão foi enviado para a região com garrafas de água, 30 colchões e mais de uma tonelada de alimentos.

Também está sendo elaborado um levantamento parcial dos estragos causados na região para que sejam liberados recursos federais. Os valores, que são provenientes do Ministério da Integração, serão utilizados na assistência imediata à população.

Coordenador da equipe da Defesa Civil responsável por avaliar os prejuízos em Porto Esperidião, o sargento Wagner Soares se reuniu com os representantes das secretarias de Administração e Fazenda, Agricultura, Assistência Social, Educação, Obras e Saúde para dar início ao levantamento. Soares explica que para homologação da situação de emergência junto ao Governo Federal é preciso que todos os danos sejam detalhadamente especificados.

“O recurso é liberado para o custeio de tudo aquilo que o levantamento indicar. Por conta disso, precisamos do apoio do município para apontar exatamente o que a população necessita no momento. A princípio, a urgência é por água potável, alimentos, colchões e hipoclorito para a limpeza da água, que foi totalmente prejudicada pela inundação”.

Vila Cardoso 

Os agentes foram até a região da Vila Cardoso, maior área afetada pela água. No local, pelo menos dez casas, que somam mais de 30 pessoas, tiveram que ser abandonadas entre a madrugada e o início da noite do dia 18 de janeiro. Entre uma inundação e outra, foram poucas horas para que os moradores conseguissem recolher pertences, documentos, remédios, roupas e outros objetos.

Moradora do local há 12 anos, a agente de saúde Teresinha Ramos Silva, 36, lembra que era por volta das 2h da manhã quando os vizinhos começaram a ir para a parte mais alta da região, pois o rio já havia transbordado e inundado as casas. A maioria acabou se abrigando no imóvel de Teresinha, que atualmente conta com 15 pessoas alojadas. Na casa, eles não possuem água potável suficiente e nem colchões para todas as pessoas, incluindo crianças e idosos. De forma improvisada, todos dormem no chão nos poucos colchões salvos.

“Nós socorremos todo mundo, trouxemos aqui para casa e já pela manhã quando a água baixou, voltamos para as casas para limpar algumas coisas e salvar o que era possível. Quando foi no início da tarde a água voltou e encheu tudo de novo, dessa vez ainda mais forte. Foi tudo muito rápido”.

Estragos

Conforme levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Obras, uma ponte foi totalmente destruída e quatro ficaram parcialmente danificadas. A Defesa Civil já solicitou recursos para a reconstrução e recuperação dos estragos nas pontes que dão acesso da zona rural ao município.

Considerada um dos pontos mais críticos da região, a Escola Municipal Santo Antônio, teve todas as salas de aula inundadas. A unidade está com equipamentos eletrônicos danificados, cadeiras, e livros expostos nos corredores, na tentativa de salvar alguns exemplares. Segundo o sargento Wagner Soares, uma solicitação de interdição do local já foi encaminhada pela Defesa Civil.

Com o início das aulas previstas para o dia 15 de fevereiro, cerca de 150 alunos terão que ser remanejados para outras unidades. Isto porque há risco de desbarrancamento nas proximidades do rio.

“Não há a menor condição dessas crianças estudarem com esse desbarrancamento nos fundos da escola. Uma parte do morro já desabou e a cratera tende a aumentar com a continuidade de chuvas e trombas d´águas nos próximos dias. Solicitamos um parecer técnico elaborado por um engenheiro que ateste o risco que a construção oferece às crianças”, pontuou Soares.

Grávida do quarto filho, Maísa Ferreira dos Santos, mora ao lado da escola há dois anos. Devido à inundação do imóvel, ela teve que se alojar com os filhos e o marido na unidade que também foi atingida pela água. Porém, o medo de que o local seja novamente desbarrancado é grande para a família.

“Estávamos em casa quando o rio começou a transbordar. Em poucos minutos, a água já estava batendo no muro e levando tudo. Agora tem esse buraco enorme que pode aumentar se chover de novo e encher o rio”.

Outras cidades

Enquanto realizava o levantamento em Porto Esperidião, a Defesa Civil recebeu novos chamados de cidades atingidas por inundações. Para verificar a situação, equipes já estão nos municípios de Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima de Trindade, na região Sudoeste. 

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