As duas caixas-pretas do Boeing 737-800, da Gol Linhas Aéreas, foram encaminhadas a um centro de aviação internacional no Canadá, onde serão analisadas por autoridades internacionais, informou hoje o ministro da Defesa, Waldir Pires nesta quarta-feira.
Em nota divulgada ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informa que os equipamentos estão “muito danificados”. As caixas-pretas têm dois gravadores distintos: um que grava tudo o que é dito e transferido no avião e em comunicação com a base aeroportuária e outro que grava todos os dados registrados nos sensores do avião e as ações do piloto.
Segundo o ministro, as investigações sobre as causas do acidente interessam não apenas ao Brasil, mas também a outros países. “Tudo isso interessa ao mundo. O vôo de um avião desses evidentemente joga com a vida, com o conceito dos equipamentos, com a capacidade de produzir um avião de forma séria. Então isso tem, de acordo com os tratados internacionais de aviação, normas absolutamente rigorosas”, disse, lembrando que o Brasil é signatário desses tratados.
Também ontem, foi formalizada a comissão de investigação sobre o acidente, com a participação de especialistas da Anac e do Comando da Aeronáutica, representantes internacionais de fabricantes de aeronaves e de motores, além de entidades de classe. Inicialmente, o grupo tem o prazo de 90 dias para apresentar relatório.
“Para a causa do acidente, temos que esperar o relatório final. Isso é absolutamente normal. Daremos todas as informações com a transparência completa, mas não se pode ser leviano nessas informações”, afirmou Pires, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia.
O ministro reiterou que a análise das caixas-pretas tanto do Legacy como do Boeing são fundamentais para se chegar às causas do acidente. De acordo com ele, é preciso “compará-las e verificar, de acordo com os acontecimentos e com os registros do sistema de controle, o que teria determinado um acidente tão trágico”.
O acidente aéreo ocorreu na última sexta-feira (29). Depois de se chocar com o jato Legacy, de fabricação da Embraer, o Boeing caiu ao norte do Mato Grosso. Os 149 passageiros e os seis tripulantes morreram no acidente.