Uma revista geral em todas as alas da Penitenciária Central do Estado (PCE) suspendeu as atividades externas nesta sexta-feira (25) incluindo visitas de familiares, advogados e oficiais de Justiça até que o procedimento seja encerrado. A determinação para o “pente fino”, partiu do titular da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, após uma tentativa frustrada de resgate de presos durante a madrugada, onde um grupo armado pretendia explodir parte do muro da unidade. O fato resultou em tiroteio entre policiais e criminisos e um ex-presidiário que participava do grupo de resgate acabou preso.
Com a ordem do secretário o diretor da PCE, Roberval Ferreira Barros, colocou em prática a revista logo no início desta sexta-feira. A medida consiste na retirada de todos os presos das celas que são levados para fora e o espaço onde eles ficam é vasculhado por inteiro, inclusive as grades passam por vistoria para averiguar se existe algum objeto escondido. Na Penitenciária Central existem hoje uma média de 1,8 mil presos, segundo a Sejudh. Dessa forma, a revista não tem horário previsto para ser concluída. Por volta das 16h o procedimento ainda estava na metade.
Entre os objetivos da chamada “operação padrão”, está a averiguação de possíveis planos de fuga, se existe algum túnel sendo cavado ou planejado, procurar armas artesanais, os chamados chuços confeccionados com pedaços de ferro e também identificar se existem drogas ou celulares em posse dos presos. O aparelho de raio-x que detecta a entrada de equipamentos eletrônicos e celuales na PCE já está em funcionamento. Mesmo assim, a direção da unidade considera prudente averiguar os detentos ainda têm ou não objetos ilícitos nas celas.
Para isso, as visitas precisam ser suspensas. De acordo com a sejudh, enquanto não foi concluído o procedimento, qualquer visita, inclusive de oficial de justiça, só será permitida em caráter excepcional.
Na tentativa frustrada de explodir parte do muro e dar fuga a criminosos presos na PCE os suspeitos utilizaram pelo menos 4 caminhonetes, um carro menor e uma motocicleta. O plano deles foi abortado por volta das 4h quando houve troca de tiros e conseguiram fugir. Somente o ex-presidiário Jeferson Pereira de Jesus, 26, foi preso. Ele saiu da PCE no dia 15 de abril, pois cumpria pena pelo crime de receptação. Depois de preso nesta madrugada, ele disse que participava de um grupo contratado para resgatar um preso, identificado como “Carlinhos”.
Foi uma denúncia anônima que ajudou a impedir a ação dos bandidos, pois com o alerta o setor de inteligência ficou de prontidão e conseguiu evitar o ataque.