No primeiro dia da greve dos enfermeiros e técnicos de enfermagem deflagrada, hoje, afetando principalmente os hospitais particulares de Cuiabá e Várzea Grande, os donos das unidades recorreram à Justiça do Trabalho por meio do Sindicato dos Estabelecimentos dos Serviços de Saúde de Mato Grosso (Sindessmat-MT) e já conseguiram uma liminar que enfraquece o movimento. Por este motivo, o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen), Dejamir Soares, já acionou a assessoria jurídica e foram para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para tentarem derrubar a liminar que foi concedida pelo desembargador do Trabalho, Edson Bueno de Souza.
A ordem judicial determina que continue trabalhando 70% dos técnicos de enfermagem e enfermeiros que exerçam suas funções junto a Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e de 50% nos centros cirúrgicos, pronto atendimento, pronto socorro e demais setores de enfermagem. O magistrado determinou ainda que o Sinpen garanta pelo menos um enfermeiro por setor. Os grevistas, antes da liminar, estavam mantendo apenas 30% dos servidores em atividade respeitando, segundo eles, o que preconiza a lei que trata sobre o direito dos trabalhadores fazerem greve. Por este motivo o presidente do sindicato, Dejamir soares e o advogado da categoria já deram entrada no recurso para tentar derrubar a liminar.
Neste primeiro dia da greve, a paralisação envolve, segundo o sindicato os cerca de 1,2 mil profissionais que atuam em Cuiabá e Várzea Grande. Conforme o Sinpen, a greve foi deflagrada porque não houve acordo de reajuste salarial. O sindicato reivindica salário base de R$ 1 mil para os técnicos de enfermagem que hoje recebem R$ 827 e o piso de R$ 2 mil para os enfermeiros, cujos salários em vigor é de R$ 1,6 mil. Pedem ainda que o valor da cesta básica hoje fixado em R$ 120 seja de R$ 200.
Porém, as conversas com os sindicato que representa os estabelecimentos não resultaram em acordo, pois a contraproposta apresentada foi de aumentar apenas R$ 10 no preço da cesta básica que passaria para R$ 130, e 6% de aumento salarial para as duas classes.
Em nota, o Sindessmat diz que está aberto ao diálogo com a categoria de trabalhadores e alega que as "negociações ainda estavam em andamento quando foi declarada prematuramente a greve, pois a data base dessa convenção é em julho tendo ainda o mês inteiro para se tentar um acordo". Diz que ofereceu um reajuste de 6% no piso salarial, R$ 130 de cesta básica e R$ 700 de piso para cálculo da insalubridade, "mas a proposta foi recusada pelo Sinpen que se manteve irredutível e pede um reajuste de 31% para os enfermeiros e 28% para os técnicos de enfermagem, o que é inviável e fora da realidade econômica do país".
Informa que na oferta do Sindessmat o técnico de enfermagem passa a ter R$ 877,23 como piso salarial mais R$ 130 de cesta básica chegando num total de R$ 1.007,23. O enfermeiro passa a ter salário de R$ 1.718,71, mais cesta básica de R$ 130 um total de R$1.848,71.