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Cuiabá: sistema de rodízio de carros pode virar lei

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O sistema de rodízio de carros pode virar lei em Cuiabá. Um projeto apresentado na Câmara de Vereadores pretende restringir a circulação de automóveis, de forma escalonada, para reduzir o tráfego durante a execução das obras de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014. A proposta, de autoria do presidente da Casa, Júlio Pinheiro (PTB), determina que seja feito um experimento, no período de 1 mês, para verificar a viabilidade e resultados. Ela ainda está em análise nas comissões e será votada até o final do ano.

Para o doutor em logística da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eldemir Pereira de Oliveira, o rodízio de carros é a única alternativa que consegue diminuir o fluxo nas vias públicas. Hoje, a média é de 1 veículo para cada duas pessoas que residem na Capital, bem acima de outras grandes cidades brasileiras. Ele destaca que o sistema proporciona ainda outros inúmeros benefícios, não só no trânsito, mas também sociais, ambientais e econômicos. “O dono do veículo economizará no combustível, a emissão de gases será menor, e as pessoas passarão a se relacionar mais com as outras, para buscar soluções alternativas”.

Porém, para que funcione, segundo ele, é preciso, primeiro, a conscientização dos condutores. “A população precisa participar, ser consciente e respeitar a restrição”. Para isso os órgãos reguladores devem realizar campanhas orientativas de forma intensa, além de reforçar a sinalização. “É uma quebra de cultura e se não tiver a compreensão dos condutores, não surtirá efeito”. Além desta medida, reforça o especialista, para o funcionamento do sistema também é necessária fiscalização. E este pode ser um dos maiores impedimentos para que o rodízio seja implantado em Cuiabá, mesmo com a aprovação da lei.

O diretor de Trânsito Jackson Messias ressalta que a falta de agentes impede a efetiva aplicação do sistema. Hoje, 130 “Amarelinhos” realizam o controle e monitoramento do tráfego nas ruas e avenidas da cidade. O número representa apenas metade do ideal. Ele defende que existem alternativas para melhorar o tráfego, principalmente na área central. Entre elas a restrição de veículos de carga e descarga. Por lei, é permitida apenas a circulação de caminhões com até 10 toneladas, limite que nem sempre é respeitado. “Por falta de política não temos condições de combater esta prática ilegal. Só com o cumprimento desta restrição já teríamos uma melhora significativa”.

Messias também defende a elaboração de leis que garantam melhorias no transporte coletivo, viabilizando a ampliação da frota e das condições dos veículos utilizados. Caso o rodízio seja implantado, afirma ele, o atual sistema não comportará o aumento da demanda. “As pessoas vão deixar os carros em casa e utilizar o transporte coletivo, mas será que ele comportará esta demanda?”.

Proposta – Na proposta de lei, o vereador Júlio Pinheiro justifica que a medida “visa melhorar o trânsito da cidade” e que, antes de ser efetivada, após o período de experimento de 30 dias, a população deve ser consultada sobre sua viabilidade. Uma das maiores preocupações apontada por ele é com o início das obras para implantação do modal do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nas avenidas Tenente Coronel Duarte (Prainha) e Historiador Rubens de Mendonça (CPA). O primeiro bloqueio será na avenida do CPA, próximo à Secretaria do Estado de Fazenda (Sefaz), onde será construído um viaduto. No local o fluxo, em horário de pico, chega, em média, a 3,2 mil veículos que serão obrigados a utilizar desvios para ter acesso ao Centro Político Administrativo.

Intervenções também serão feitas na avenida Fernando Corrêa, onde passarão os trilhos. Somente no trevo da MT- 040, que dá acesso a Santo Antônio do Leverger (34 km ao sul da Capital), em horários de pico, 2,5 mil carros terão que ser desviados. Desde que as obras de mobilidade começaram, os cuiabanos estão tendo que utilizar desvios aos invés das rotas principais, o que provocou lentidão em algumas vias, principalmente na área central.

Restrições – O modelo de rodízio, que define vias, dias e horário em que haverá restrição de circulação deve ser definido após aprovação da lei pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes. O projeto estipula somente que funcione de 2a a 6ª feira. O especialista Eldemir Pereira de Oliveira afirma que, em grandes cidades, a restrição é feita por final de placa em dias pares ou ímpares. “Em dias pares, só circulam veículos com placas que tenham final par. Já nos dias ímpares, estes veículos não podem circular. Só que para isso é precisa verificar o número de veículos em cada grupo para analisar se é viável”.

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Cuiabá possui uma frota de 331 mil veículos. O número de emplacamentos com finais 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 é de, em média, 32 mil cada. Com isso fica mais fácil fazer a divisão.

Em São Paulo, por exemplo, o rodízio é feito de segunda a sexta-feira, das 7h às 10h e das 17h às 20h, em um perímetro delimitado. Em cada dia da semana, veículos com 2 finais de placa ficam impedidos de circular. Um dos pontos positivos na proposta apresentada, conforme o especialista, é com a não aplicação da norma para veículos que desempenham serviços essenciais, como ambulâncias, além de táxis, transportes coletivo e escolar, guincho e motos.

Coletivo – A Associação Mato-grossense de Transportes Urbanos (MTU) informou, por meio da assessoria, que, se implantado o rodízio e houver impactos novas alternativas serão estudadas para atender a demanda. Admitiu que existem problemas no serviço, mas que, constantemente, são adotadas medidas para resolvê-los.

Hoje, 530 carros circulam em Cuiabá e Várzea Grande e atendem, diariamente, em média 330 mil pessoas.

 

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