A biografia da principal atração do Vem pra Arena deste sábado, a cantora e compositora Tulipa Ruiz, sempre destaca a influência da família na carreira. Outra atração que tem na família seu ponto de referência é o cantor e compositor mato-grossense Caio Mattoso, que levou avó, tia, mãe e filha para vê-lo estrear na ação cultural promovida pelo Governo do Estado, via Secretaria de Cultura (SEC-MT). O público segue a mesma linha e participa junto com a família.
Nodel de Luz, 48 anos, sempre vai a Arena Pantanal ver jogos de futebol com os amigos. Pela primeira vez, foi ao Vem pra Arena, e desta vez acompanhado da família: esposa, filhos, netos e cachorro.
“É bom ter um espaço como este, onde você pode passear tranquilo com toda família, e o legal é que este não é um lugar só para quem mora em Cuiabá e Várzea Grande, é para toda a população mato-grossense”, disse Nodel. “Quero mais eventos como este, isso daqui é um exemplo de que a sociedade apoia e precisa deste tipo de ação”.
A adolescente Janaína Cury Lemos, de 13 anos, disse que não sai da Arena. “Sempre venho com meus pais quando tem show, e minha atração favorita são as comidas, é muita coisa gostosa”. A estudante, que garante nunca ter perdido nenhuma edição do Vem pra Arena, disse que ficou feliz em ver a nova estrutura da praça de alimentação. “Agora está bem melhor, tem mais mesas pra sentar com toda a galera”.
Já a professora Valdirene Paresi, da etnia indígena Paresi, também aprovou a praça de alimentação. “É tudo muito divertido, principalmente para as crianças, é muito diferente do que temos na aldeia”. A educadora lembrou ainda que atrações como a Folia de Reis de Cáceres e a capoeira chamam a atenção. “Adorei ver as apresentações destes grupos”.
Da mesma etnia, o cacique da tribo Wazare, Rony Paresi, disse que o Vem pra Arena é uma oportunidade única. “Este evento representa, apesar do contexto que estamos vivendo hoje, a valorização da cultura indígena e sua integração com toda a sociedade, é um lugar onde podemos desmistificar a ideia romântica que se tem do índio, vê-lo sem romantismo, ver sua essência. O Vem pra Arena nos ajuda a dar visibilidade a quem realmente somos”.
Um grupo formado por 25 membros se apresentou no Vem pra Arena. As vestimentas e os adornos chamaram a atenção do público. “A Zolani é uma dança que mostra a junção dos elementos naturais, do mundo espiritual com a natureza, é algo mais profundo, trata também da conexão com o ser humano, fala da necessidade de sermos dignos e respeitosos com o próximo, do elo de paz e prosperidade que devemos criar com o outro”. A segunda dança apresentada, chamada Zêro, simboliza o renascimento nas relações pessoais.
A tradicional Festa de Santos Reis, promovida há 35 anos em Cáceres, pela família do músico Joaquim Luiz da Silva, também teve espaço garantido no Vem pra Arena. “Esta é uma tradição que existe há mais de 50 anos, e meu pai, Vicente Luiz da Silva, foi quem começou tudo isso. O festejo tem origem portuguesa é remete às comemorações do culto católico do Natal. Faz parte do ciclo natalino, anualmente realizado entre 24 de dezembro e 06 de janeiro”.