quinta-feira, 19/setembro/2024
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Cuiabá: pesquisa aponta método de baixo custo para limpeza de córregos

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Revitalizar os córregos de Cuiabá pode não ser uma tarefa difícil e de custo alto para o poder público. Pelo menos em boa parte dos trechos não canalizados nos 24 córregos que cortam a capital e deságuam no rio Cuiabá. É o que ficou comprovado numa experiência científica realizada por um grupo de estudantes do 2o ano de Ensino Médio do Colégio Notre Dame de Lourdes apresentado na I Feira de Experimentos, Descobertas e Inventos: Futuros Cientistas 2012 . Quatro estudantes demonstraram numa experiência em reservatórios resultados positivos quanto à despoluição da água do córrego Barbado utilizando espécies de macrofitas aquáticas (aguapés) que reduzem as concentrações de nitrogênio e fósforo melhorando a qualidade da água a níveis que permitem a presença de peixes e plantas.

O estudante Carlos Gabriel Novelli explica que o grupo escolheu fazer a experiência no córrego Barbado por ser o maior curso de água da Capital (9,288Km) por onde residem quase 60 mil habitantes, possui sua nascente protegida pelo Parque Estadual Massairo Okamura e tem a menor área canalizada. Mesmo que tenha condições favoráveis para ser descontaminado de forma simples e econômica, o Barbado, junto com os córregos Mané Pinto, Prainha e Gambá recebem juntos 50% do esgoto produzido em Cuiabá.

Em outubro, os estudantes fizeram 3 coletas de água no córrego em 2 trechos: atrás da Universidade Federal de Mato Grosso e próximo à ponte Sérgio Motta. Foram coletados 80 litros de água em cada coleta. A água sendo introduzida aos poucos em 5 reservatórios de vidro unidos em série através de canos de ferro que permitem a passagem da água de um reservatório para outro. Gabriel conta que o experimento procura simular o leito de um rio, com pedras no fundo dos reservatórios. "No primeiro reservatório colocamos a água poluída que retiramos do córrego. Nos 3 reservatórios seguintes a água passa lentamente e fica por 24 horas onde depositamos os aguapés. No último reservatório a água estava tratada e foi encaminhada para o laboratório de análise", conta.

O processo se repetiu por 8 dias e os resultados foram surpreendentes para o grupo. "Ao mesmo tempo que tivemos um choque ao ver as condições do córrego Barbado, cheio de lixo e esgoto, nos surpreendemos que um processo tão simples possa resolver um problema grave que provoca doenças para a população e a destruição do meio ambiente", comenta a estudante Sara Yasmin Durães.

A quantidade de oxigênio dissolvido ficou acima do mínimo exigido e todos os parâmetros apresentaram redução de aproximadamente 50% após o tratamento na Estação Experimental. O que se nota é quanto à redução de coliformes fecais na água. Na primeira coleta, o nível era de 8,0 nl/100ml. Ao final da experiência, a análise apontou para 1,5 nl/100m. Os coliformes fecais vivem normalmente no organismo humano, presente principalmente nas fezes. Apresenta uma resistência ao meio semelhante aos patogênicos intestinais que podem ser veiculados pela água.

O resultado das análises de coliformes fecais é indicada pela ausência ou presença em 100ml da amostra.
No caso da medição do potencial de hidrogênio ou ainda o índice de medição de acidez, de acordo com Conselho Nacional de Meio Ambiente(Conama), o valor mínimo é de 5.0 e o máximo 9.5 u/pH. Na primeira amostra o nível era de 7,35 u/pH. Depois de tratada com os aguapés, a análise demonstrou que a água estava com 7,62 u/pH. Para consumo humano água levemente alcalina (pH 7 e menor do que 9) é o ideal. "Neste caso tratamos de uma experiência que se pretende a tratar a água do córrego não para consumo humano mas para manter boas condições ambientais", disse a estudante Carla Maciel Oliveira.

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