Pessoas que buscam atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Verdão se deparam com falta de medicação e testes para covid-19. Uma denúncia feita ao Gazeta Digital diz que não havia sequer dipirona, um dos remédios mais básicos, na farmácia da unidade.
Cícero Bernardo da Silva, 48, estava se sentindo mal e alguns sintomas sinalizavam possível contaminação pelo novo coronavírus. Ele foi até a UPA, na segunda-feira (18), e, apesar de deficiência física, não teve atendimento preferencial.
Ele passou pela consulta médica e o profissional requereu exame de covid. O indicou a buscar o setor de testes na própria unidade e receitou dipirona, nimesulida, dropropizina, ciclobenzaprina, paracetamol e codeína.
Primeiramente, o homem tentou fazer o teste. Mas foi informado que não seria possível realizar a testagem, que estes eram só para pacientes internados. Revoltado com a negligência, ele recorreu a vários profissionais no local e conseguiu ser testado. Apesar de todos os sintomas, o exame deu não reagente.
“Eu só consegui porque falei com várias pessoas. Disseram que não podia fazer, que não tinha. Como pode?”, explicou. Depois do teste, ele foi até a farmácia para receber a medicação receitada. Porém, foi surpreendido com a informação de que não havia sequer dipirona, indicado para dor e febre.
“Isso é uma falta de respeito muito grande. Gostaria que o Ministério Público, a Câmara tomassem providências. Nós cuiabanos não podemos aceitar mais isso. É uma vergonha”, destacou o homem.
O documento narrando todas as faltas encontradas na unidade de saúde também foi encaminhado à ouvidora do Ministério Público Estadual (MPE), nesta terça-feira (19) para apuração.
Além da queixa registrada agora, ele já encaminhou denúncia ao MPE anteriormente. A reclamação era sobre falta de atendimento na unidade de tratamento dentário do Verdão, ao lado da UPA. Ele começou a fazer acompanhamento, mas nunca terminou. Os servidores alegam que não há insumos para os procedimentos.
“Eu reclamei, mas nunca tive sequer resposta. É muito difícil. O cidadão que precisa desses atendimentos fica sem ter para onde recorrer”, ressaltou.