Oito julgamentos populares serão realizados, em setembro, no Fórum Desembargador José Vidal, em Cuiabá. Ao todo, dez pessoas serão levadas a júri popular, sendo que seis situações são relacionadas a crimes de homicídio e três de homicídios tentados. Todas as sessões estão marcadas para as 13h30 e serão presididas pela juíza titular da Primeira Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Monica Catarina Perri Siqueira.
Um mesmo caso é relacionado a duas tentativas de homicídio ocorridas há 16 anos envolvendo policiais militares. No mesmo processo, o réu Aldo Domingos Passos, soldado da PM, figura ainda como vítima. Ele, em companhia do sargento da PM Paulo Marques Ferreira Mendes, do soldado da PM Celso Ferreira dos Santos e do soldado Genésio Gomes de Lima serão julgados pelo homicídio tentado contra o também soldado da PM Iremar Malteso, em 19 de janeiro de 1996. O julgamento está marcado para o dia 27.
Consta dos autos que acusados e vítimas se envolveram em uma briga dentro da boate "Cintura Fina", no Jardim Vitória. Paulo, Aldo, Celso e Genésio, fazendo uso de revólveres, não apreendidos, efetuaram disparos contra a vítima Iremar Malteso, que tentava defender o irmão. Por sua vez, Iremar, também fazendo uso de revólver, efetuou disparos contra Aldo.
Narra a peça acusatória que os quatro amigos encontravam-se na referida boate, em companhia de outros colegas, ingerindo bebidas alcoólicas, momento em que houve um desentendimento no meio do salão de dança, oportunidade em que ameaçaram Edson Malteso. Neste instante, Iremar, em socorro a Edson, que é seu irmão, apanhou seu revólver, dando início a uma troca de tiros entre todos os denunciados. Iremar foi alvejado por oito tiros e Aldo teve seis ferimentos a bala.
O crime mais antigo da pauta também é relacionado a homicídio tentado e ocorreu em 4 de março de 1995, por volta das 21h, na parte externa do "Elias Bar", no bairro Novo Paraíso II, quando Rodnei José de Oliveira, vulgo "Burrão", desferiu dois golpes de faca contra a vítima Feliciano Simão da Silva, que foi encaminhado para o hospital e sobreviveu. O julgamento será no dia 4.
Também será levado a júri popular, no dia 26, Claudeir Albino Bento, vulgo "Pretinho", pela morte de Carlos Eduardo da Cruz Xavier. Segundo o Ministério Público do Estado, no dia 16 de fevereiro de 2011, por volta das 3h40, em um matagal do bairro Vista Alegre, juntamente com terceira pessoa identificada apenas por "Gordo", ele matou a vítima a pedradas. O crime ocorreu por motivo torpe e recurso que lhe dificultou a defesa.
O acusado queria se vingar de Carlos Eduardo porque ele o teria denunciado pela prática de um furto de celular, ocorrido meses antes. A vítima foi assassinada quando estava prestes a fazer uso de substância entorpecente. O denunciado e seu comparsa encontraram a vítima no terreno baldio, local por eles utilizado para consumo de drogas. Nesse momento, "Gordo" foi na frente trazendo a vítima consigo para próximo a um pé de limoeiro, com a desculpa de que iriam consumir drogas. O denunciado seguiu a dupla.
No local, surpreenderam a vítima, primeiro com um soco no rosto, e, em seguida, com as pedradas. A vítima caiu ao solo e, mesmo indefesa, foi alvo de novas pedradas, desferidas em sua cabeça. Diante da gravidade das lesões, não resistiu aos ferimentos e foi a óbito no local.