Será realizada hoje a audiência de instrução do processo que apura a morte do bebê Josué Araújo de Souza, 1 mês. São réus os pais Tainara Cardoso de Araújo, 19 anos, e André Luís Pinto de Souza, 22 anos. Eles confessaram o crime, ocorrido em janeiro deste ano e, desde então, seguem presos preventivamente. Ao todo, 12 pessoas serão ouvidas pelo juiz da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, Murilo Moura Mesquita.
Entre as testemunhas, funcionários do hospital onde o bebê chegou a ser levado, vizinhos da família e policiais civis e militares, que atenderam a ocorrência.
Conforme as investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), comandadas pela delegada Anaíde de Barros, eles teriam discutido, na noite de 4 de janeiro, e a criança foi jogada em um colchão, no chão, durante a briga.
No dia seguinte, Josué acordou com Tainara teria tentado levar a criança para o hospital, mas foi proibida por Souza. A alegação é que como eles tinham como costume brincar de morder a criança, as marcas poderiam ser interpretadas como agressão.
Segundo a mãe, a criança apresentava febre e sinais convulsivos, além de uma lesão na cabeça. Já no domingo (5), o quadro da criança se agravou e o casal decidiu levar o bebê até a residência de um pastor evangélico, da igreja que eles frequentavam.
Ao perceber a gravidade da situação, o bebê já estava frio, possivelmente morto, o pastor levou a criança imediatamente a um hospital, no bairro Santa Helena. O bebê chegou à unidade já sem vida. Acionados pelo hospital, os policiais prenderam o casal na casa em que eles moram, no bairro Ribeirão do Lipa.
Após os depoimentos, os 2 foram autuados por Anaíde pelo crime de homicídio doloso. Segundo a delegada, ainda que apenas o pai tenha sido autor da ação, a mãe também foi indiciada como coautora, por sua postura conivente em relação ao socorro da criança.