A empresa Pantanal Energia, administradora da Usina Térmica de Cuiabá, negou que o forte cheiro de gás que atingiu vários bairros de Cuiabá, no dia 29 de dezembro do ano passado, tenha sido originado da empresa. Em nota divulgada hoje, a direção da empresa afirmou que "instalações físicas da Pantanal Energia são monitoradas pela equipe de segurança em toda sua integralidade nas 24h do dia. Tanto a usina quanto o gasoduto são equipados com alta tecnologia para prevenir e identificar qualquer vazamento, sendo dotados de dispositivos de proteção com válvulas de bloqueio automático de gás".
Ainda segundo o documento, ontem à tarde, a empresa recebeu uma visita de fiscalização do Corpo de Bombeiros, que atestou a inexistência de qualquer indício de vazamento de gás. Desta forma, teria sido descartada a ligação entre a operação da termelétrica com o odor identificado pelos moradores.
"O gás que é transportado pelo gasoduto e utilizado pela usina termelétrica de Cuiabá não é odorizado, pois não possui a adição de mercaptana em sua composição. A mercaptana é responsável por dar o cheiro característico do gás, sendo adicionada, por exemplo, ao gás de cozinha (GLP) e ao gás natural veicular (GNV), entre outras aplicações industriais. Como a mercaptana não está presente na composição do gás natural da usina termelétrica, o odor relatado pelos moradores não se relaciona com o gás natural transportado e utilizado pela Pantanal Energia. Além disso, ao contrário do que ocorre com o gás de cozinha (GLP), que é mais pesado que o ar, o gás natural adotado pela usina é volátil e mais leve que o ar. Isso significa que, numa situação de vazamento, ele se dissiparia rapidamente na atmosfera, configurando um evento localizado e sem ampla abrangência geográfica", aponta a nota da empresa.
Uma força-tarefa foi anunciada pela Defesa Civil, a fim de monitorar as empresas que trabalham com envazamento e distribuição de gás em Cuiabá, além de monitorar as ligações ao Corpo de Bombeiros relatando os odores que têm sido frequentes desde o mês de julho.
O gás ainda não foi identificado, mesmo assim, a Defesa Civil descarta qualquer possibilidade de explosão por conta do suposto vazamento. Para que isso ocorra, o ambiente precisa estar com uma quantidade "ideal" para que em contato com uma centelha, haja uma explosão.
Cerca de 50 ligações vindas de pelo menos 18 bairros da região sul da capital informaram que sentiram um mau cheiro. A Defesa Civil foi avisada no mês de julho, e desde então procura a origem da causa.