A falta de um estudo técnico ou mesmo um projeto para a escolha do novo sistema modal que será escolhido para Cuiabá é a grande falha apontada pelo representante do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-MT), Archimedes Pereira Lima, durante a última discussão sobre o tema na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, dia 2. Segundo o coordenador da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), além da decisão política, a escolha deve seguir requisitos técnicos fundamentais para esse tipo de obra. "O Crea-MT não é contra ou a favor a escolha de terminado meio de transporte público o que estamos orientando é que a escolha seja feita por um quesito técnico de qual produto é mais adequado para nossa capital. O Crea-MT não recebeu nenhum registro de estudo sobre o assunto nem tão pouco qualquer projeto detalhado para início de uma licitação. Essa situação nos preocupa", avalia.
Questionado durante a Audiência Pública, provocada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, sobre seu posicionamento sobre o sistema mais viável para Cuiabá e Várzea Grande, Arquimedes foi enfático em afirmar que "independente do sistema adotado, ele deve estar dentro das normas de mobilidade urbana e acessibilidade, e isso só pode ser constatado de fato com a presença de projeto", afirma o engenheiro civil se referindo a implantação do Bus Rapid Transit BRT) ou do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Quesitos como acessibilidade, atuação dos profissionais nas obras e viabilidade das construções e mobilidade urbana também foram preocupações levantadas pelo representante do Conselho. "A exemplo do que já vem sendo feito nas obras da Arena Pantanal, o Crea está atento e acompanhando as obras", completa Archimedes.
Uma das frentes de discussão do regional é a Acessibilidade, considerada imprescindível independente do sistema que será implantado em Cuiabá. "Sem acessibilidade é inaceitável que se faça qualquer tipo de obra, ainda mais de grande porte, como a do sistema de transporte público", pontua o técnico em Edificações, Givaldo Dias Campos. Ainda sobre o tema, o coordenador de Acessibilidade do Crea-MT, acrescenta que "o novo sistema deve ter uma boa integração com outros meios de transportes e atender toda população e não apenas uma parte dela".
De caráter deliberativo, as autoridades que participaram do evento, em sua maioria, se declararam favoráveis ao VLT por acreditarem no custo-benefício das obras, além do veículo ter maior capacidade de carregamento que o BRT. Outra justificativa é de que seria uma boa alternativa para o trânsito cada vez mais congestionado da capital.
Apesar desses argumentos, o coordenador da FPI do Crea-MT salienta que até hoje não foram registrados no Conselho nenhum projeto básico com detalhamentos técnicos de qualquer uma das opções para o transporte em Cuiabá, nem para as demais obras de mobilidade urbana envolvendo a Copa do Mundo de 2014. Archimedes conta que em abril foi encaminhado um pedido de esclarecimento sobre o empreendimento e demais obras, após uma vistoria técnica do Crea-MT nas obras da Arena Pantanal. Até hoje, os dados não foram repassados pela Agecopa.
Para discutir o assunto, o Conselho destacou os engenheiros Archimedes Pereira Lima Neto, especialista em infraestrutura; Rogério Barbosa, especialista em Trânsito e o técnico em Edificações Givaldo Dias Campos, especialista em Acessibilidade.