Os advogados do empresário Josino Guimarães começaram, no final da tarde, fazer a defesa dele no júri pelo assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, ocorrido em 1999. Hoje é o 3º dia do júri popular em Cuiabá. João Cunha e Waldir Caldas estão se revezando e rebatendo acusações feitas a Josino por testemunhas que depuseram ontem e hoje.
Há pouco, o procurador da República mostrou reportagem em vídeo, que chamou de “resumo” do caso. Falou da ligação de Josino e Beatriz que afirmam não se conhecer mas que durante 12 anos tem histórias que se cruzam, mesmo que seja para falar de ameaça, extorsão, propinas. Lembrou ainda da relação de Josino com pessoas criminosas, como Jesus, Valdir Piran, Osmar Borges, Fernandinho Beira-Mar, entre outros traficantes. Destacou ainda a conversa de Jesus com Leopoldino sobre o aborrecimento provocado pelas denúncias de Leopoldino.
O MPF iniciou o debate com apresentação de uma ampla matéria divulgada pela imprensa, onde aparecem imagens de Leopoldino apontando Josino como corretor de sentenças de 9 magistrados, na época em que fez denúncia contra o Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O mesmo vídeo mostra Josino se defendendo e afirmando acreditar que o magistrado está vivo e mencionando que sargento Jesus deve ter “inventado” a história para contar vantagem entre amigos.
Quando depôs, Josino lembrou que estava preso há 30 dias e o pai foi o visitar, Ao entrar na cela, o pai desmaiou. “Nunca vou me esquecer disso”. Imagina o que um ser humano passa ao saber que nunca fez nada e paga por isso. Sofrimento grande. Disse que toda essa história o machucou muito, o destruiu. Trouxe problemas emocionais. Era alegre e gostava de sair, mas hoje é uma pessoa reclusa.
Está perto a decisão que vai definir a vida do lobista Josino Pereira Guimarães. O julgamento encerrou os debates no início desta noite. O Ministério Público Federal (MPF) e a defesa do réu discutiram com o juiz os quesitos que serão apreciados pelos jurados.
Josino sempre alegou inocência e neste terceiro dia de júri popular chorou por várias vezes durante seu depoimento. Ele manteve o discurso que é inocente e não mandou matar o juiz Leopoldino Marques do Amaral, encontrado morto com tiros e o corpo parcialmente carbonizado, em uma vala no Paraguai.
(Atualizada às 21h14)