Os advogados dos irmãos Ignácio Luiz Marcelo Lujan, 29 anos, e Ignácio Augustin Lujan, 26 anos, argentinos presos, na madrugada de sábado (31), em Cuiabá, acusam a Polícia Militar por prisão ilegal e espancamento. A confusão ocorreu na porta de uma casa noturna, localizada no centro da capital.
Segundo a advogada Beatriz Pinto Viana, ambos são professores universitários e estavam em visita a Cuiabá. Eles teriam sido espancados para confessarem o suposto furto de um celular e uma câmera fotográfica amadora. "Eles foram acusados de furto qualificado, sem provas ou mesmo qualquer indício palpável. Na tentativa de obter uma confissão rápida, Ignácio ainda dentro da boate, tendo vários dentes quebrados, conforme atesta exame de corpo delito do Instituto Médico Legal (IML)".
Além de serem espancados e presos, sem provas consistentes, os turistas foram colocados em celas comuns, no Centro de Ressocialização de Cuiabá, embora tenham curso superior e sejam portadores de passaportes da Argentina e da Itália.
Os dois foram acusados de furto qualificado, dentro da casa noturna. Na porta da boate, revistaram o carro, na presença dos irmãos Luiz e Ignácio, mas não encontraram os produtos reclamados pela suposta vítima. Diante da falta de provas, a polícia levou o carro das vítimas da casa noturna até o Cisc Planalto. "Lá, misteriosamente, apareceram o celular e a máquina fotográfica reclamada pela suposta vítima, no interior do veículo. A segunda revista foi feita já sem a presença dos irmãos Lujan".
Hoje chega a Cuiabá, vindo de Brasília, o jurista Gabriel Herrera, chefe da Seção Consular-Jurídica da Embaixada da República Argentina no Brasil. Ele vem cobrar agilidade na soltura dos argentinos e ainda explicações do governo de Mato Grosso.