O setor de passaportes da Polícia Federal aponta que 20.689 documentos foram emitidos nos primeiros dez meses deste ano para moradores de todo o Estado. Um crescimento de 7% se comparado com mesmo período do ano passado, que registrou a emissão de 19.207 passaportes.
Segundo informações da assessoria de imprensa da PF, aumentou a emissão destes documentos nas delegacias de Cuiabá, Sinop, Cáceres e Rondonópolis. Apenas a unidade de Barra do Garças registrou queda de 11% no número de emissões. Este ano foram expedidos 1.350 documentos, enquanto, no ano passado, foram 1.523. Os dados das demais delegacias da PF não foram disponibilizados.
O chefe do setor, Luiz Antônio dos Santos, disse que a procura pelo documento no primeiro semestre do ano foi grande. “Trabalhamos muito no início do ano, muitas pessoas queriam tirar o passaporte, até porque o valor cobrado ainda era R$ 156,07 [atualmente custa R$ 257,25]”. Ainda segundo a PF, cerca de 15 mil pessoas são atendidas diariamente nos postos de passaportes espalhados pelo país, isso fez o número de emissões subir 11,4% em nível nacional.
O fato curioso é que o aumento se deu justamente em um ano de crise e de dólar na casa dos R$ 4. Ou seja, com as viagens internacionais mais caras.
Para o professor Antônio Humberto de Oliveira, especialista em Economia Regional Urbana da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a crise não atinge tanto Mato de Grosso. “Nosso estado possui uma blindagem, o clima mato-grossense é bastante saudável e muito gentil com produtor rural. Além disso, nossa produção econômica vem do agronegócio, isso nos protege da crise que bate na porta das indústrias”.
Ainda segundo Oliveira, mesmo em tempos de carestia, o custo diário de uma viagem internacional tem um menor gasto ao turista. “Fazer uma viagem internacional é mais barato que viajar no nosso próprio país. Sair do seu local de origem e ir para o Nordeste ou região sul do Brasil, o custo com estadia, alimentação e compras é muito maior”.
O valor de R$ 257,25 é tanto para obter o passaporte ou mesmo fazer a renovação e pode ser solicitado em qualquer delegacia da Polícia Federal. O documento passou por algumas alterações, como a validade, que antes era de 5 passando para 10 anos. Outra modificação, foi a implantação de criptografia que passou a dar mais agilidade na identificação de estrangeiro em postos de controle migratório no exterior.