Braço da Assistência Social de Sinop e atuando no atendimento continuado às famílias, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres em situação de ameaça ou violação de direitos, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) vem fortalecendo o respeito e a dignidade às vítimas de diferentes formas de violência – sejam elas física, psicológica ou sexual.
Conforme a secretária municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação, Josi Palmasola, o CREAS desenvolve um trabalho baseado na construção e acolhimento às pessoas cujos direitos foram violados e, para tal, conta com o apoio da sociedade por meio de denúncias. Na última semana, uma destas evidenciou um sério problema enfrentado no município: a gravidade dos casos de violência contra a mulher.
Profissionais da equipe de abordagem social resgataram uma mulher que, há quase 20 anos, vinha sofrendo violência física e psicológica do atual companheiro. Ao ser encontrada na residência onde morava e, posteriormente, encaminhada ao CREAS, a vítima contou aos profissionais que chegou a Sinop neste mesmo intervalo e, desde então, vinha sendo vítima das agressões. Agentes do Centro identificaram que a mulher vivia um drama parecido na cidade onde morava, no interior de Mato Grosso. Por anos, ela foi submetida à violência física cometida pelo ex-marido. Foi esta razão que a levou a trocar a antiga cidade e se mudar, sozinha, para Sinop, deixando os sete filhos, ainda criança à época, para trás.
"Quando a vítima decidiu sair da antiga cidade ela acabou deixando os sete filhos naquela cidade", pontua a assistente social e coordenadora do CREAS em Sinop, Tânia Brum Della Rosa. Desde que fugiu, vítima da violência doméstica, a mulher não via os filhos e vinha sendo procurada pelos familiares.
Além de atuar na identificação do caso, o CREAS possibilitou o reencontro familiar após quase 20 anos. A mulher retornou, na última semana, para a cidade de origem, onde se juntou aos filhos.
Como lembra Tânia, casos dessa natureza só têm um final positivo tanto para a família, que vai rever a mãe após quase 20 anos sem contato, quanto para a vítima, que consegue ser assistida e orientada em situações como essa, em função do apoio do cidadão e, especialmente, a denúncia, que são considerados peças fundamentais.
"A importância de a população denunciar é muito grande. Há muitas mulheres que, hoje, estão sendo vítimas da violência, mas que acabam não levando ao conhecimento das autoridades. Infelizmente, não ficamos sabendo de todos os casos porque nem todas as mulheres denunciam à polícia", lembra a secretária Josi Palmasola. Apenas no CREAS, mensalmente, cerca de 30 a 40 casos são identificados de mulheres vítimas de violências diversas.