Os Correios ingressaram, no final da tarde desta quarta-feira (16), com ação de dissídio coletivo junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com isso, a empresa retoma sua última proposta aos trabalhadores que propõem um reajuste de 6% nos salários, sendo 3% retroativos a agosto e 3% em janeiro de 2016, além de outros itens. A decisão ficará a cargo do TST.
Os trabalhadores decretaram greve na noite de terça-feira (15) em diversos estados e cidades do país, que são representados por sindicatos locais e regionais. Segundo os Correios, 19 sindicatos decretaram greve: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Tocantins, Brasília (DF), região metropolitana de Belo Horizonte, região metropolitana de Porto Alegre, região metropolitana de São Paulo, Bauru (SP), Campinas (SP), São José do Rio Preto (SP), Vale do Paraíba (SP).
De acordo com os Correios, 17 sindicatos não deflagraram paralisação: Acre, Pernambuco, Roraima, Goiás, Alagoas, Amapá, Paraná, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Sergipe, Santa Maria (RS), Uberaba (MG), Juiz de Fora (MG), Ribeirão Preto (SP) e Santos (SP).
“A empresa tomou a iniciativa [de ingressar com dissídio] devido à divisão dos trabalhadores em relação à proposta de acordo coletivo apresentada pelo vice-presidente do TST, ministro Ives Gandra, na última sexta-feira.
Na noite de ontem, dos 36 sindicatos dos Correios no país, 17 decidiram não deflagrar paralisação, sendo que 16 aceitaram a proposta do TST. Não houve, portanto, maioria suficiente para a assinatura de acordo”, explicou a empresa, em nota.
No principal centro de distribuição de cartas e encomendas no Rio, em Benfica, houve piquete de grevistas na parte da manhã. Eles queriam impedir a saída dos caminhões de entrega, principalmente os que levavam Sedex, mas os veículos conseguiram sair com a chegada da polícia.
Segundo o diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect) Emerson Marinho, a greve conta com adesão de 50% dos funcionários e afetou cerca de 70% das entregas. Muitos dos funcionários que trabalharam, segundo ele, são terceirizados. Marinho disse que a expectativa é que a adesão à greve aumente a partir desta quinta-feira (17).
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores, estão a reposição da inflação mais um aumento de 10% de ganho real, a manutenção das condições do plano de saúde da categoria, a realização de concurso público imediato e a contração de 1.500 trabalhadores.
Os Correios informaram que a proposta apresentada pelo TST previa um reajuste equivalente a cerca de 20% do salário inicial do agente de Correios, em forma de gratificação, equivalente a um reajuste linear de R$ 200.
Segundo a empresa, o reajuste médio dos empregados dos Correios no período 2011-2014 foi de 36%, para uma inflação de 27,3% no mesmo período. Além disso, de acordo com os Correios, os carteiros recebem vale-alimentação mais cesta básica de cerca de R$ 1.000 mensais, adicionais de atividade, plano de saúde, auxílio-creche e babá, bolsas de estudo e vale-cultura.