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Conflito por terra: MT é o único do Centro-Oeste que registrou mortes

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Conflitos no campo deixaram 3 mortos em Mato Grosso nos 6 primeiros meses deste ano. Foi o único estado do Centro-Oeste a registrar mortes em disputas por terra, e o 2º do país no ranking de crimes contra a vida, perdendo apenas para o Pará, com 5 homicídios. Os dados parciais dos conflitos no campo relativos ao primeiro semestre de 2009 foram divulgados ontem pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Os números de Mato Grosso foram responsáveis pela presença da região Centro-Oeste como palco de maior violência no país no relatório da CPT. Em comparação com os outros estados da região, Mato Grosso lidera em número de conflitos (13), pessoas envolvidas (7770), assassinatos (3), tentativas de assassinato (13) e mortos em consequência (17). O último item trata de pessoas que tenham sido feridas no conflito e morreram algum tempo depois, ou mesmo de alguém que tenha tido um enfarte durante uma disputa.

Mato Grosso também ocupa a liderança na região Centro-Oeste quando se trata de violência contra a ocupação e a posse de terra. Foram 6 ocorrências desse tipo no primeiro semestre deste ano, envolvendo 1.540 famílias, numa área de 284.067 hectares, que resultaram em 1,2 mil famílias despejadas. O Estado também foi o que libertou mais trabalhadores em situação análoga à de escravidão na região, 70 no total.

Redução de conflitos x Aumento de violência – De janeiro a junho de 2009, o total dos conflitos no campo no país – por terra, água e trabalhistas -foram 366, envolvendo 193.174 pessoas, com 12 assassinatos, 44 tentativas de assassinato, 22 ameaças de morte, 6 pessoas torturadas e 90 presas. Destes 366 conflitos, 246 são conflitos por terra, envolvendo 25.490 famílias. Destas, 393 foram expulsas da terra por ação dos proprietários e seus jagunços e 4.475 foram despejadas por ação judicial.

Em números absolutos observa-se uma sensível diminuição das ocorrências. Em igual período de 2008, computavam-se 678 conflitos, com envolvimento de 301.234 pessoas. O número de assassinatos era de 13, o de tentativas de assassinato 32; o de ameaçados de morte 38; e o de pessoas torturadas 2. No mesmo período só os conflitos pela terra eram 468, envolvendo 45.947 famílias, tendo sido expulsas 1.079 famílias e 6.542 despejadas. Pelos dados acima, em número absolutos, em 2009, só houve crescimento no número de tentativas de assassinato: 32, em 2008; 44 em 2009, e no número de pessoas torturadas, 2 em 2008 e 6 em 2009.

Mas o que os números absolutos não revelam, os números relativos mostram. A média de pessoas envolvidas nos conflitos é maior em 2009. A média nacional, em 2008, era de 445 pessoas envolvidas a cada conflito. Em 2009, este número salta para 528. Mas é em relação à violência que se sente um crescimento preocupante. Até 30 de junho de 2009, registrou-se 1 assassinato para cada 30 conflitos; 1 tentativa de assassinato para cada 8 conflitos; 1 torturado a cada 61 conflitos; 1 preso a cada 4 conflitos; 1,5 família expulsas a cada conflito por terra e 18 despejadas. Enquanto que em 2008 computavam-se os seguintes números: 1 assassinato a cada 52 conflitos; 1 tentativa de assassinato a cada 21 conflitos; 1 torturado a cada 339 conflitos; 1 preso a cada 6 conflitos; 2,3 famílias expulsas a cada conflito por terra e 14 despejadas.

 

 

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