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Condenados por envolvimento com grupo de extermínio enfrentarão novo julgamento em Cuiabá

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Redação Só Notícias

A assessoria da Ministério Público do Estado confirmou, esta tarde, que três integrantes já condenados do grupo de extermínio denominado “Os Mercenários”, de Várzea Grande, serão submetidos a julgamento popular novamente este mês, na comarca de Cuiabá. Os réus são Claudiomar Garcia de Carvalho, José Francisco Carvalho Pereira e Helbert de França Silva. Outros cinco membros do grupo, sendo quatro deles presos, também serão julgados em sessões do Tribunal do Júri.

De acordo com o Ministério Público, Claudiomar Garcia de Carvalho será julgado duas vezes. No dia 10, ele sentará no banco dos réus juntamente com Jeferson Fatimo da Silva e Pablo Plinio Mosqueiro de Aguiar. O trio responderá perante o Conselho de Sentença pelo homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima) de Luciano Militão da Silva e homicídio tentado de Célia Regina Duarte. Conforme denúncia oferecida pelo órgão estadual, o crime ocorreu em março de 2016, no bairro Construmat, em Várzea Grande.

Ainda segundo o MP, Luciano e a companheira Célia Regina voltavam de uma festa, numa motocicleta, quando foram surpreendidos por tiros ao chegar em casa. Ele foi atingido cinco vezes, inclusive na cabeça, morrendo no local. Ela foi atingida no braço, mas conseguiu fugir e se abrigar na casa de um vizinho. “Diante do contexto dos fatos, trata-se de crime praticado por organização criminosa de grupo de extermínio e crimes mediante paga, o que demonstra de forma insofismável, o caráter torpe da conduta, uma vez que menosprezam o Estado de Direito e criam um Estado paralelo, ditando suas próprias regras, isso quando não agem mediante o pagamento de propinas ou em razão de desacertos com suas vítimas”, consta na denúncia.

Claudiomar Carvalho também vai a júri no dia 19 de março, ao lado de José Francisco Carvalho Pereira e Jozilmo Silverio dos Santos, pelo triplo homicídio de Márcio Melo de Souza, Wellington Ormond Pereira e Vinícius Silva Miranda, e a tentativa de homicídio de Alan Chagas da Silva. De acordo com o Ministério Público, o crime aconteceu em abril de 2016, no bairro Cohab Cristo Rei, quando os réus efetuaram vários disparos de arma de fogo contra as vítimas.

O ex-cabo da Polícia Militar, Helbert de França Silva e Edervaldo Freire (único réu solto) responderão pelo homicídio de Eduardo Rodrigo Beckert, ocorrido em abril de 2016, no centro de Várzea Grande. A vítima foi alvejada com aproximadamente 13 tiros e morreu no local. Conforme a denúncia do Ministério Público, a morte de Eduardo teria sido encomendada por Fernando Boabaid, por vingança e mediante pagamento de recompensa, uma vez que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com a esposa dele.

O outro integrante do grupo a ser julgado pelo júri é Marcos Augusto Ferreira Queiroz, no dia 3 de março. Ele é acusado de participar do homicídio qualificado de Edcarlos de Oliveira Paiva, também em abril de 2016, no loteamento Joaquim Curvo. Segundo a denúncia, na data do crime a vítima estava em um bar, próximo à casa dela, conversando com o proprietário do estabelecimento, quando foi atingida por tiros.

O Ministério Público alega que o grupo “Os Mercenários”, formado por aproximadamente seis policiais, além de civis, se associaram mediante estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais.

Conforme apurado pelo MP durante as investigações, os integrantes do grupo possuíam todo um aparato para cometer crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e diversos carros e motocicletas com placas frias. Estima-se que dezenas de pessoas tenham sido vítimas do grupo.

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