Ana Claudia de Souza Oliveira Flor foi condenada, hoje de madrugada, em júri popular em Cuiabá, a 18 anos de reclusão por homicídio qualificado praticado contra o marido Toni da Silva Flor e cumprirá a pena em regime fechado e não poderá recorrer da sentença em liberdade. Ela está na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, desde agosto de 2021.
Os promotores de Justiça que atuaram no júri, Samuel Frungillo e Antonio Sérgio Cordeiro Piedade, apontaram aos jurados as teses defendidas pelo Ministério Público do Estado e que foram acolhidas. Os jurados entenderam que o crime foi cometido com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e mediante paga ou promessa de recompensa. A defesa, por sua vez, que pediu a absolvição por inexigibilidade de conduta diversa ou homicídio privilegiado, não prosperou. O homicídio privilegiado ocorre quando o agente comete o crime impelido de importante valor social e moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima.
Ana e vítima foram casados há 15 anos e tiveram três filhas. “Por razões não esclarecidas a acusada decidiu ceifar a vida da vítima e através da sua amiga e manicure contratou terceira pessoa para executar o seu plano homicida. Concluída a fase da cooptação do executor a acusada passou a articular a ação criminosa diretamente com o executor”, diz a sentença.
A prática do crime, segundo a denúncia do MP, foi ajustada pelo valor de R$ 60 mil, sendo que parte do valor foi repassada logo após a ocorrência do homicídio. Além de planejar a morte do marido, indicando detalhes sobre seus hábitos e rotina, a ré apresentou comportamento dissimulado, demonstrando à sociedade e aos familiares da vítima que tinha total interesse em desvendar a autoria do crime.
Consta nos autos, que Ana Claudia comparecia constantemente na Delegacia de Homicídios da Capital solicitando providências da autoridade policial. Chegou, inclusive, a organizar uma carreata, denominada “carreata da Saudade” para cobrar justiça.
O crime aconteceu no dia 11 de agosto de 2020, por volta das 7h40, em frente a uma academia, na Avenida Miguel Sutil. Tony foi atingido por disparos de arma de fogo, chegou a ser socorrido mas faleceu.
A assessoria do MP também informa que, além de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, também foram denunciados pelo mesmo crime Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva. Os autos foram desmembrados em razão da interposição de recurso em sentido estrito.