Mato Grosso tem autorizado por lei, o emprego de 24.369 agentes de segurança pública no Corpo de Bombeiros, Polícias Civil e Militar. Deste total, 10.007 vagas estão ocupadas e mais de 14 mil postos de trabalho vagos. Neste domingo (19), o governo do Estado realiza concurso público para os cargos de escrivão e investigador da Polícia Civil e soldados do Corpo de Bombeiros e PM.
São ofertadas 2,1 mil vagas, o que significa que cerca de 15% do déficit será suprido. Porém, até o final do ano, a quantidade de agentes que deixará as corporações é praticamente a mesma. Para representantes das categorias, o número é insuficiente para atender a demanda no Estado, principalmente no interior, onde os profissionais trabalham com baixo efetivo há anos.
Das 2,1 mil novas vagas, mais da metade é para soldados da Polícia Militar. De acordo com o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM em Mato Grosso, cabo Adão Martins da Silva, os 1,2 mil que devem ingressar na corporação após o concurso não irão suprir a falta de policiais. Ele justifica que o número é semelhante ao de agentes formados na última turma da PM, somado aos policiais que irão se aposentar este ano. Com isto, o efetivo de pouco mais de 6,5 mil agentes no Estado será mantido. “Na verdade, estes policiais estão repondo a saída dos outros. A quantidade de agentes continuará a mesma. Acredito que eles entram com um novo gás e ânimo, o que pode melhorar a situação desse déficit”.
Para o diretor administrativo e financeiro do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc-MT), Gilson Queiroz de Barros, só a entrada de novos agentes não resolve. Segundo ele, o atual problema no setor inclui também a falta de estrutura nas delegacias. Investigador de Polícia há 12 anos, Barros conta que apesar dos agentes serem melhor preparados hoje, as condições de trabalho vem piorando. “Já foi estimado que o Estado deveria ter 4 mil investigadores de Polícia. Hoje, este número é de 1.765. Nos últimos anos, tivemos um crescimento populacional, porém, o efetivo não acompanhou. Pelo contrário, de 2009 a 2013, a baixa de investigadores é de mais de 200 policiais”.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Alexandre Bustamante, é muito difícil suprir totalmente o déficit que, atualmente, é de 59%. Segundo ele, no setor há 3 variantes: o ideal, o necessário e o possível. Em Mato Grosso, o governo estaria fazendo o que é possível. “Sempre haverá um número de policiais abaixo do ideal. Imagino que na redação de um jornal a quantidade de jornalistas também não seja a que deveria”.