O Núcleo de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça deu fim a mais um indicativo de greve no Estado utilizando técnicas de mediação. A Prefeitura de Barra do Bugres e o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso participaram, ontem, de uma audiência para resolver o impasse quanto ao pagamento de salário dos profissionais de saúde do município.
De acordo com o Sindicato e o Executivo, o estado de greve foi suspenso. O impasse vem desde o início de agosto quando os funcionários resolveram fazer quatro dias de greve na cidade, que foi suspensa por força de decisão judicial do TJMT, posteriormente. Conforme acordo realizado no Núcleo, os dias paralisados não serão cortados.
O prefeito Júlio Cesar Florindo explica que em gestões anteriores não foram pagos parte do salário dos médicos e em seu mandato ele estava quitando este débito. Entretanto, suspendeu o repasse quando foi notificado pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE) para que deixasse de pagar até posterior análise do órgão. A categoria, porém, não entendeu a suspensão e fez quatro dias de greve. Couto não conseguiu entrar em acordo com os médicos que ameaçavam voltar à paralisação caso não fosse retomado o pagamento desta dívida.
“Hoje conseguimos resolver a situação utilizando o bom senso. Quando tudo é resolvido com dialogo é sempre melhor que uma briga judicial, que pode durar anos. Tratando-se de saúde pública, oferecida aos menos favorecidos, tudo tem que ser resolvido rápido”, explicou o prefeito. Ele ressaltou também que sem a ajuda do Núcleo não teria conseguido resolver o impasse, tendo em vista que já havia tentando o diálogo e não foi possível.
O sindicato, que já utilizou muitos serviços do Núcleo, aprovou mais uma conciliação feita pelo setor. “Toda vez que tem uma greve, nós procuramos o TJMT para resolver o impasse. Sabemos que aqui sempre é resolvido como foi desta vez com Barra do Bugres. Nós utilizamos o serviço outras vezes e sempre saímos com uma proposta boa para ambas as partes”, ressalta Eliana Carvalho, presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso.
Toda a mediação foi realizada pelo juiz coordenador do Núcleo, Hildebrando Costa Marques. Ele explica que sempre nessas situações é necessário utilizar de paciência, entender os dois lados e aplicar técnicas desenvolvidas para alcançar um acordo bom em que todos saiam satisfeitos e realizados. O magistrado explica ainda que outro bom fruto da conciliação é o desabarrotamento do Judiciário, tendo em vista que cada conciliação feita é um processo a menos no Justiça.