Ao completar dois anos no comando do Corpo de Bombeiros, ontem, o comandante-geral da instituição, coronel Alexandre Coronel, avalia os resultados, frutos do planejamento executado por meio de projetos de expansão e melhoria dos serviços prestados pela instituição e ganha a cada dia mais agilidade operacional, com poder de resposta no pronto atendimento e com área de atuação com maior cobertura no Estado.
O primeiro passo exigiu habilidade política, para a aprovação da Lei Complementar nº 404 pela Assembleia Legislativa, e modificou a estrutura organizacional básica da instituição, ampliando o número de vagas em todas as carreiras e criou outras específicas de oficiais e praças condutores operacionais que constitui um corpo técnico capacitado para operar viaturas operacionais.
Outra alteração está no nível de direção setorial. Foram criadas a Diretoria Operacional, Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (DEIP), Diretoria de Segurança Contra Incêndio e Pânico (DSCIP) e a Diretoria de Administração Institucional (DAI), onde todas as seções que integram esta última passaram a ser coordenadorias. Compõe a Diretoria Operacional, sete comandos regionais criados nas cidades de Cuiabá (Comando Regional 1); Rondonópolis (Comando Regional 2); Sinop (CR 3); Barra do Garças (CR 4), Cáceres (CR 5), Tangará da Serra (CR 6) e Alta Floresta (CR 7) visando fortalecimento e expansão do atendimento do Corpo de Bombeiros no Estado.
A visão estratégica do comandante-geral possibilitou que essas alterações acontecessem em um primeiro momento, a fim de preparar a instituição para a ampliação necessária, indicando condições legais de inclusão de mais bombeiros e equipamentos. Ele considerou que a instituição não podia continuar fazendo devolução de recursos, uma vez que necessita de investimentos em equipamentos e em capacitação humana.
A determinação foi de otimizar os recursos disponíveis na aquisição de materiais de salvamento aquático, novas viaturas de atendimento pré-hospitalar, fardamento e planejamento de novos cursos.
Foram então adquiridas doze ambulâncias para atendimento do interior do Estado, um microônibus para deslocamento da banda de música com investimento de R$ 2,3 milhões. Foram também adquiridos 300 capacetes galett de fabricação francesa trazendo conforto e segurança às equipes de atendimento, 18 barcos com reboques para prevenção, atendimentos fluviais e afogamentos, 30 motoserras para cortes emergenciais, 20 GPS (Sistema de Posicionamento Global), 46 conjuntos de proteção respiratória, 30 motosserras para corte de árvores, 20 conjuntos de cilindro para mergulho com 30 cilindros reserva e nove aparelhos para retirada de vitimas de ferragens. Os investimentos em Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e operacionais somaram aproximadamente R$ 2,3 milhões.
A instituição procurou fazer a reposição de produtos de combate a incêndio, com cerca de 4 mil litros de líquido gerador de espuma, cerca de 400 extintores e 3,6 mil quilos de pó químico seco. O salvamento terrestre recebeu equipamentos que melhoram o atendimento como capacetes, luvas de alta tensão e anti-chama, lança-chamas, escada de assalto, binóculos, capuz bala clava e lanterna para capacete.
Foi transferida para a Alameda Júlio Müller em Várzea Grande, três coordenadorias responsáveis por procedimentos administrativos. As coordenadorias de Logística e patrimônio (BM-4); Planejamento, Orçamento e Gestão de Projeto (BM-6) e Finanças (BM-9), ocupam um mesmo espaço físico que foi revitalizado, com a finalidade de diminuir o tempo burocrático dos processos, otimizar e reduzir os custos de funcionamento, proporcionar celeridade nos tramites de aquisições e maior comodidade aos fornecedores e usuários da administração.
O comandante-geral considera os planejamentos executados por meio de projetos como pontos relevantes para a instituição. "Os projetos executados possibilita um avanço sem precedentes em nossa história, temos que continuar o trabalho, não podemos perder tempo e em nenhum momento perder o foco de nossos objetivos", aponta.
O próximo passo da instituição para este ano, contempla investimentos na ordem de R$ 4,5 milhões em mais veículos e equipamentos. A quantia foi suplementada pela arrecadação da Taxa de Combate à Incêndio (Tacin). Serão adquiridos para a instituição, cinco caminhões Auto Bomba Tanque (ABT), com capacidade de cinco mil litros, que serão utilizados no combate a incêndio, aquisição de duas ambulâncias, quatro veículos equipados para operações de salvamento e diversos equipamentos para as áreas de atendimento pré-hospitalar, combate a incêndio e salvamento aquático.
TACIN – Taxa de Segurança Contra Incêndio, tem como fato gerador a utilização efetiva ou potencial dos serviços de prevenção e combate a incêndios, do Corpo de Bombeiros Militar. A taxa é cobrada nos 17 municípios que possuem unidade do Corpo de Bombeiros (Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Campo Verde, Colíder, Cuiabá, Jaciara, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nova Xavantina, Pontes e Lacerda, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra e Várzea Grande).
Segundo o coronel Alexandre, a Tacin traz inúmeros benefícios à sociedade, uma vez que os recursos serão investidos na melhoria da estrutura operacional dos bombeiros, tendo o seu reflexo imediato no melhor apoio à população mato-grossense. "Os esforços estão concentrados para que a sociedade receba a melhoria dos serviços ainda este ano, com a aquisição de novas viaturas e equipamentos mais modernos", disse.
A fim de ampliar a estrutura para os usuários dos serviços de vistorias, fiscalizações e orientações técnicas a Diretoria de Serviços Contra Incêndio e Pânico (DSCIP) ocupará no início do mês de outubro, novas e modernas instalações em Cuiabá. Responsável pelo desenvolvimento de atividades relacionadas à prevenção, fiscalização, proteção nas edificações, instalações e locais de risco e pela operacionalização da Tacin, a DSCIP adota medidas para impulsionar de forma sustentável a arrecadação que vai permitir a expansão e agilidade aos serviços da instituição que se prepara para os eventos da Copa do Pantanal.
COPA DO PANTANAL – O evento esportivo mundial necessita de investimentos que vão garantir a qualidade de sua realização em Cuiabá. O Corpo de Bombeiros se prepara com projetos para garantir recursos físicos e humanos. O Fundo Amazônia aprovou projeto na ordem de R$ 12 milhões, para adquirir materiais de prevenção e combate a incêndios florestais, capacitar pessoas e implementar uma base de aviação especializada em incêndios florestais em Sinop. Contemplam a aquisição de duas aeronaves de asa fixa, um caminhão tanque de abastecimento das aeronaves, dez caminhonetes com kits de combate a incêndios, além de cursos de capacitação de pessoal envolvidos nas operações de combate.
Foram incluídos recentemente 85 novos soldados que exercem as atribuições inerentes a função em unidades do interior do Estado onde havia maior déficit de pessoal. Existe um planejamento para dobrar o efetivo da instituição que aguarda autorização do governador. Os novos bombeiros serão empregados na instalação de novas unidades e na proteção de novos aeroportos no interior do Estado.
Continua a capacitação profissional com Operações em Eventos Desportivos somado ao Salvamento Aquático, que tiveram projetos aprovados pelo Ministério da Justiça. Foram realizados os estágios de capacitação para Salvamento Veicular (ESV) em Sinop, Combate a incêndios florestais em Alta Floresta e, Busca e Salvamento em Ambientes Remotos (EBSAR) em Cáceres.
Para a atuação com Produtos perigosos (PP), um projeto no valor aproximado de R$ 6,5 milhões está no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e aguarda aprovação. O projeto garante Equipamentos de Proteção Individual (EPI), instalações adequadas e nove viaturas com traillers específicos.
AVIAÇÃO – O Corpo de Bombeiros planeja adquirir no próximo ano duas aeronaves de asa fixa para ser utilizadas no combate aos incêndios florestais. Os recursos são provenientes do Fundo Amazônia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES com projeto aprovado pelo Fundo. Recentemente foi criado o Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) onde o Grupo de Aviação (GAv BM) está subordinado. O recurso humano para operacionalização do grupamento de aviação Militar conta em seu quadro, com pilotos-comandantes de aeronaves de asa rotativa (helicóptero) e asa fixa (avião).