A presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia do Estado de Mato Grosso (Sinpol), Edleusa Mesquita, disse, há pouco, em entrevista, ao Só Notícias, que a categoria vai se reunir nesta segunda-feira, em Cuiabá, às 13h30, para definir se vão ou não paralisar as atividades para cobrar o salário atrasado de dezembro e pagamento integral do 13º.
“Até agora, não tivemos um posicionamento de prazos para regularizar essa situação. Isso deixa o servidor em uma instabilidade financeira muito grande. Direitos não se negociam. Os investigadores e escrivães vão fazer essa assembleia-geral na sede do sindicado para saber qual será o posicionamento do governo do Estado relacionado ao escalonamento dos salários e do 13º. Não está descartada a possibilidade de greve, manifestação e paralisação. Todas essas possibilidades serão colocadas em votação pela categoria”.
A presidente do Sinpol explicou que a falta de pagamentos não só de salários, como outros, atinge diretamente nos trabalhos investigativos dos policiais. “Todo e qualquer cidadão sem receber, trabalha desmotivado e não produz adequadamente. A Polícia Civil é investigativa e 80% da frota é caracterizada. Como que o policial vai fazer investigação com carro adesivado. Já 40% da frota descaracterizada já foi recolhida por falta de pagamento dos aluguéis. O investigador não vai usar o veículo particular para atender o Estado. Estamos preocupados com a reação da sociedade”.
Mesquita apontou que alguns policiais já tiraram dinheiro do próprio bolso para manter a atividade no Estado. “Os policiais estão dispostos a trabalhar. No entanto, não estamos tendo um respaldo do Estado. Os índices de criminalidade vão aumentar e o descontentamento por parte da sociedade, em relação ao serviço prestado, também ocorrerá . Somente o crime se beneficia com essa situação calamitosa”.
Edleusa afirmou ainda que o sindicato é contrário ao escalonamento dos salários dos servidores “Foi divulgado um escalonamento pelo governo do Estado sem consultar o Fórum Sindical. Não vamos aceitar esse posicionamento e estamos empenhados para mudar isso. Não aceitamos negociações em relação aos salários. O governo que assumiu (Mauro Mendes) pegou uma herança do ex-governador (Pedro Taques). Porém, desde o momento que se candidatou ao cargo sabia dessa situação. Ele tinha que estar mais preparado para essa situação. Não é admissível prejudicar uma categoria que presta serviços essenciais em Mato Grosso”.
Conforme Só Notícias já informou, na última segunda-feira, o governador Mauro Mendes (DEM) detalhou as dificuldades para líderes sindicais e o escalonamento que será feito. Conforme cronograma divulgado no último dia 4, os salários de dezembro será parcelado. O primeiro pagamento estava programado para ontem, para os 33.473 aposentados e pensionistas, independente do valor dos proventos, no valor total de 177,1 milhões, além de aproximadamente 43 mil servidores em atividade que recebem até R$ 4 mil líquidos e seus pensionistas, totalizando R$ 168,5 milhões.
Já no dia 24 deste mês, 16,5 mil servidores em atividade que recebem até R$ 6 mil líquidos, no valor de R$ 73,1 milhões. Dia 30, todos os demais 13.063 servidores ativos, no valor total de R$ 133,6 milhões.
Além disso, a primeira parcela do 13º salário remanescente do ano passado, que equivalente a mais de R$ 127 milhões será paga em 4 parcelas. A primeira está prevista para ocorrer no dia 31 deste mês, e a última no dia 30 de abril.