O clima tem contribuído para a colheita do algodão em Mato Grosso. Após iniciarem o trabalho com atraso, os cotonicultores agora aproveitam as condições favoráveis para colocarem suas máquinas em campo. Até a última sexta-feira, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), o percentual captado chegava a 70% da área cultivada.
Para o Imea, mesmo com o clima seco, e as queimadas provocadas por diferentes fatores, o ritmo segue forte, levando-se em conta os prazos para destruição das soqueiras e alguns dos estipulados para cumprimentos de contratos. O instituto revela que na região Oeste as médias oscilam em 260 arrobas por hectare. A evolução é registrada entre as demais regiões do Estado.
O instituto aponta ainda que entre 30% a 35% do algodão colhido foram beneficiados, entretanto, em grande parte, o processo não foi realizado. De acordo com o último levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastacimento (Conab), Mato Grosso deve atingir produtividade de 3.0805 quilos por hectare de algodão em caroço, resultado 2,7% superior sobre 2006/07, quando foram 3.705 quilos/ha. A área plantada chegou a 541,8 mil hectares no Estado.
A produção prevista pela estatal nesta safra supera a casa dos dois milhões de toneladas, 2,7% a mais se comparada ao ano passado. De pluma, a Conab aponta para produtividade em torno de 1.484 quilos por hectare, ou 2,7% maior que o desempenho do ano passado, com 1.445 quilos por hectare. O caroço de algodão deve render produção de 1.257,5 toneladas.
No cenário nacional, conforme diagnosticou o acompanhamento de safra deste mês, a produção de algodão em caroço deverá ficar em 4 milhões de toneladas (corresponde a 1,56 milhão de pluma e a 2,45 milhões de toneladas de caroço), 2,7% superior à produção de 2006/07. A cultura, nos últimos anos vem migrando dos Estados de São Paulo e do Paraná, para a região de cerrado (Mato Grosso, Goiás, Oeste da Bahia, Sul do Piauí e Sul do Maranhão, onde predomina grandes áreas planas), que aliada à alta tecnologia, vem obtendo produtividades recordes.
Preço
No cenário internacional, o Imea conceitua que “os principais vencimentos do algodão terminaram mais um semana na bolsa de Nova Iorque. O contrato de dezembro deste ano registrou um recuo superior a 2%. Apesar dos números positivos do último relatório, as cotações da fibra andaram em terreno negativo, carregadas por vendas especulativas e a queda de outras commodities, como o petróleo, a soja e o milho”, aponta.
Já internamente, “durante a semana encerrada na sexta-feira, a queda dos preços do mercado de algodão se intensificou. Os principais consumidores apostam em um recuo ainda maior à medida que a nova safra entre no mercado, porém, isso irá depender diretamente do comportamento dos preços internacionais e do câmbio, fatores que são determinantes para a opção que se irá tomar quanto aos chamados contratos ‘flex’ “, acrescenta ainda o levantamento.