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Chacina de Matupá: 2 absolvidos, um condenado e mais 14 vão à júri

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O jurados decidiram, após horas de julgamento, inocentar Santo Caione e Alcindo Mayer (que não compareceu na sessão) das acusações de homicídio contra Osvaldo José Bachamann e dos irmãos Arci e Ivanir Garcia dos Santos, ocorridos há 21 anos no município de Matupá. Já o réu Valdemir Pereira Bueno foi condenado a 8 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, pela morte de Osvaldo. Ele foi absolvido na acusação de homicídio triplamente qualificado contra Ivanir. Já em relação a vítima Arci, o crime foi desclassificado de homicídio para vilipêndio (desrespeitar) de cadáver e, teve a prescrição da pretenção punitiva decretada.

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A sessão, presidida pelo magistrado Tiago Souza Nogueira de Abreu, teve mais de 19 horas de duração, encerrando às 3h35 hoje. Para absolvição de Santo Caione, os jurados entenderam que a conduta dele não ocasionou na morte de Arci. Já na decisão do réu Alcindo Mayer, que não esteve presente, o conselho considerou que a vítima já estava morta antes da agressão.

Já a condenação de Valdemir em relação a morte de Osvaldo partiu da materialidade dos fatos e da confissão espontânea do réu, que diante do júri, afirmou que agiu “sem pensar” no dia do crime ao reconhecer as vítimas como autoras de um assalto em sua padaria, dias antes, quando ele e família teriam sido amarrados com cordas e liberados horas depois, quando um cliente chegou para comprar pão. “Depois disso eu ouvi pelo rádio que três homens tinham sido presos e fui ao local para saber se eram os mesmo que me assaltaram. Achei que estivessem mortos quando cheguei e recebi um galão, que não sei dizer se era álcool ou gasolina, e joguei neles. Não sei quem ‘tacou” fogo. Estou arrependido do que fiz, não sei explicar o que senti naquela hora”, revelou o acusado.

Conforme Só Notícias informou, o caso ocorreu em 23 de novembro de 1990 e ficou conhecido como “chacina de Matupá”. Na ocasião, Osvaldo, Arci e Ivanir Garcia estavam armados e permaneceram por mais de 15 horas no interior de uma residência, onde mantiveram uma família refém. Um oficial da PM e um delegado conduziram as negociações. As pessoas foram liberadas e os três acusados se entregaram.

Após pegarem os assaltantes, os policiais não conseguiram conter a ação da população que atacou o trio com tiros, pauladas, chutes e, posteriormente foi ateado fogo nos três que “ainda estavam vivos”, informa assessoria. As imagens chegaram a ser registradas por um cinegrafista amador e tiveram grande repercussão.

Ontem, uma moradora e um jornalista prestaram depoimento durante a manhã. Eles reconheceram suas assinaturas nos documentos apresentados pelo Ministério Público relacionados ao primeiro testemunho coletado pela Justiça do município. Dois médicos legistas também foram ouvidos. Outro réu, Arlindo Capitani, que deveria ser julgado também ontem não compareceu. A defesa dele alegou que o réu não foi intimado pessoalmente e pediu pelo desmembramento do processo. A nova data de júri deverá ser confirmada.

Outras 14 pessoas serão julgadas. No dia 10 sentarão no banco dos réus Donizete Bento dos Santos, Gerson Luiz Turcatto, Paulo Cezar Turcatto, Mauro Pereira Bueno e Airton José de Andrade. No dia 17, será a vez e Luiz Alberto Donin, Elo Eidt, Mário Nicolau Schorr, Faustino da Silva Rossi e Elywd Pereira da Silva e, no dia 24, serão julgados José Antônio Correa, Antonio Pereira Sobrinho, Roberto Konrath e Enio Carlos Lacerda.

A promotoria já informou que vai recorrer da decisão.

(Atualizada às 08h15)

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