O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) encerrou as investigações sobre o pouso forçado de uma aeronave Piper Aircraft com 600 quilos de cocaína, no município de Jussara (GO, em junho deste ano. Na época, a Força Aérea Brasileira (FAB) chegou a declarar que o avião havia decolado de uma fazenda em Campo Novo do Parecis, porém, após analisar o equipamento GPS, a Polícia Federal descartou o município como origem.
Segundo relatório do Cenipa, a aeronave decolou de localidade “não identificada” na Bolívia, transportando um passageiro e a cocaína. “O avião entrou no espaço aéreo brasileiro sem plano de voo e foi interceptado por uma aeronave da FAB. Após a interceptação por um caça, o piloto recebeu a ordem de pouso e foi realizado o tiro de aviso. Entretanto, não obedeceu. A aeronave efetuou pouso forçado (…), teve danos substanciais em seu cone de cauda, no trem de pouso e na fuselagem. O tripulante e o passageiro saíram ilesos. O piloto foi preso pela Polícia Federal”, aponta o histórico disponível no relatório final do órgão.
Apesar de piloto e aeronave estarem com documentação válida, o Cenipa interrompeu as investigações sobre as causas do pouso forçado, em razão do envolvimento no transporte de entorpecentes. O órgão investigativo também levou em consideração que o avião entrou no espaço aéreo brasileiro sem autorização. “Caberá ao Cenipa, a qualquer momento, a interrupção da investigação de uma ocorrência aeronáutica, quando verificar a existência de indícios de crime ou que a mesma decorreu de violação a qualquer legislação aeronáutica em vigor ou que a investigação não trará conhecimentos novos para a prevenção”.
À TV Anhanguera, na época, a Polícia Federal informou que a aeronave saiu de Cuiabá, às 4h do dia 25 de junho e chegou à Bolívia às 6h40. Uma hora depois decolou em direção ao município goiano, quando acabou interceptada pela FAB. O piloto, em depoimento, disse que havia decolado de Campo Novo do Parecis. Porém, voltou atrás e confessou ter mentido sobre o plano de voo. Ele revelou ainda que receberia R$ 90 mil pelo transporte da droga. O copiloto confirmou ser o proprietário do avião e contou que ganharia R$ 40 mil pelos “serviços”.